“Novo responsável pela integração dos sem-abrigo tem de ser um samurai burocrático”
02-01-2020 - 11:52

Mais do que dinheiro, o comentador da Renascença quer que o gestor da Estratégia Nacional de Integração dos Sem-abrigo receba poderes para sentar à mesma mesa “autarquias, segurança social, hospitais, sistema prisional”.

O comentador da Renascença, João Taborda da Gama, considera que “mais do que recursos”, o gestor da Estratégia Nacional de Integração dos Sem-abrigo, Henrique Joaquim, deve receber poderes de uma espécie de “samurai burocrático”, ou seja, alguém que seja capaz de sentar à mesma mesa “autarquias, segurança social, hospitais, sistema prisional”.

Questionado se o objetivo definido pelo gestor da estratégia de erradicar a situação de sem-abrigo até 2023 era algo possível, o comentador da Renascença começou por dizer “não pode haver outra estratégia para os sem abrigo que não seja erradicar esta situação”, mas evocou a sua experiência de voluntariado para lembrar que, muitas vezes, o problema está nas pequenas burocracias do sistema.

“Há problemas que, se são difíceis para nós, imaginem para um sem abrigo: resolver problemas de papelada na Segurança Social, saber onde se deve dirigir, recuperar um documento que depois é o pressuposto para que tudo se consiga resolver. Às vezes são coisas muito simples mas que, numa pessoa que está numa situação de fragilidade emocional e psicológica, é um bloqueio para tudo o resto”, ressalva o comentador.

Também Fernando Medina saúda a criação do cargo, mas ressalva que a situação é bastante complexa. Por isso, o presidente da Câmara de Lisboa diz que é “uma obrigação” oferecer uma resposta a nível da “saúde mental, a nível das dependências e que cada um tenha essas respostas para poder andar ao seu ritmo”. No entanto, Medina ressalva que não conhece “nenhuma sociedade que em absoluto tenha erradicado esse fenómeno”.

O presidente da câmara de Lisboa diz que, até ao momento, o município tem sinalizadas 361 pessoas sem teto e que, até 2023, a autarquia terá 400 respostas “que depois terão uma sequência adicional do ponto de vista da habitação municipal”.

“Há problemas que, se são difíceis para nós, imaginem para um sem abrigo: resolver problemas de papelada na Segurança Social, saber onde se deve dirigir, recuperar um documento que depois é o pressuposto para que tudo se consiga resolver. Às vezes são coisas muito simples mas que, numa pessoa que está numa situação de fragilidade emocional e psicológica, é um bloqueio para tudo o resto”, ressalva o comentador.

Também Fernando Medina saúda a criação do cargo, mas ressalva que a situação é bastante complexa. Por isso, o presidente da Câmara de Lisboa diz que é “uma obrigação” oferecer uma resposta a nível da “saúde mental, a nível das dependências e que cada um tenha essas respostas para poder andar ao seu ritmo”. No entanto, Medina ressalva que não conhece “nenhuma sociedade que em absoluto tenha erradicado esse fenómeno”.

O presidente da câmara de Lisboa diz que, até ao momento, o município tem sinalizadas 361 pessoas sem teto e que, até 2023, a autarquia terá 400 respostas “que depois terão uma sequência adicional do ponto de vista da habitação municipal”.