Está aberta a Porta Santa. Começou o Jubileu da Misericórdia
08-12-2015 - 09:55

Papa Bento XVI foi o segundo a transpor a Porta Santa. Francisco também assinalou solenidade da Imaculada Conceição.

Está aberta a Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma. Poucos minutos depois das 10h00, Francisco transpôs a porta seguido do seu antecessor Bento XVI e depois cardeais, bispos e representantes de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos.

Foi o momento alto da cerimónia de início do Jubileu da Misericórdia. Durante a homilia, Francisco explicou o que pretende deste Jubileu. "Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia. Por isso, oxalá o cruzamento da Porta Santa nos faça sentir participantes deste mistério de amor. Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma.

Esta celebração assinala também a passagem de 50 anos do encerramento do Concilio Vaticano II, uma efeméride que para Francisco, não é apenas um conjunto de importantes documentos, mas marca a abertura da Igreja a todos.

"Hoje, ao cruzar a Porta Santa, queremos também recordar outra porta que, há cinquenta anos, os Padres do Concílio Vaticano II escancararam ao mundo. Esta efeméride não pode lembrar apenas a riqueza dos documentos emanados, que permitem verificar até aos nossos dias o grande progresso que se realizou na fé. Mas o Concílio foi também, e primariamente, um encontro; um verdadeiro encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo. Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário", disse.

O gesto simbólico de abertura da Porta Santa vai repetir-se em todas as dioceses do mundo no próximo domingo seguinte e o próprio Francisco Papa vai presidir à Missa com a abertura da Porta Santa da Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma, a 13 de Dezembro, III Domingo do Advento.

Assinalada solenidade da Imaculada Conceição

Depois de aberta a Porta Santa, na oração do ângelus, o Papa evocou a celebração da solenidade litúrgica da Imaculada Conceição e apresentou a Virgem Maria como “ícone” da misericórdia de Deus e explicou como deve ser vivido este dia.

"Celebrar esta festa implica duas coisas. Primeiro, acolher plenamente Deus e a sua graça misericordiosa na nossa vida, e segundo, tornarmo-nos agentes de misericórdia através de um autêntico caminho evangélico. A festa da Imaculada pode então tornar-se a festa de todos nos, se, com os nossos 'sim' quotidianos conseguirmos vencer o nosso egoísmo e tornar mais alegre a vida dos nossos irmaos levando-lhes esperança, enxugando algumas lágrimas e dando um pouco de alegria", disse perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Francisco não quis despedir-se sem lembrar que também Bento XVI atravessou a Porta Santa na Basílica de São Pedro e pediu um aplauso da multidão para o Papa emérito.