Cristianismo é a religião mais perseguida no mundo, diz Cardeal Patriarca
21-04-2019 - 13:58
 • Lusa

D. Manuel Clemente reage assim aos atentados que abalaram o Sri Lanka neste Domingo de Páscoa e mataram mais de 200 pessoas, entre as quais um português.

O Cardeal Patriarca de Lisboa acredita que "há na humanidade e nas religiões uma enorme boa vontade de se encontrarem no serviço das pessoas" e "rejeita radicalmente" atentados como o deste domingo contra igrejas no Sri Lanka.

Em declarações à Renascença, D. Manuel Clemente referiu que "é muito estranho e muito negativo esta acumulação de realidades tão fortes e tão trágicas. Nos vários continentes temos assistido a situações destas e isto não é nada para a humanidade e para a sociedade de paz e fraternidade que queremos construir".

O Cardeal espera que "nada disto sirva para apoiar grupos extremistas ou que estejam disponíveis para aproveitar situações destas para piorar ainda as coisas".

Também este domingo, durante a homilia na Sé Patriarcal de Lisboa, D. Manuel Clemente evocou as vítimas dos ataques no Sri Lanka e afirmou que o cristianismo é a religião mais perseguida no mundo atual.

"Neste momento, em muitos lugares por esse mundo, como esta madrugada no Sri Lanka, outros cristãos celebram igualmente a Páscoa escondidos ou mal curados de feridas de desastres graves", afirmou.

"Quando, mesmo na nossa Europa, se sucedem profanações de igrejas, centenas em França no ano passado, e quando estas tristíssimas realidades nos poderiam desanimar e tolher, os cristãos continuam a entrever, por entre os sinais da morte, a presença de Cristo, que a venceu", acrescentou perante os fiéis reunidos na Sé Catedral de Lisboa, entre os quais muitos estrangeiros.

Pelo menos 207 pessoas, entre as quais um português, morreram nos ataques no Sri Lanka, que provocaram ainda 460 feridos.

Colombo foi a cidade em que se registaram mais explosões: quatro em hotéis de luxo e uma numa igreja. Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra ao leste do país.

A oitava e última explosão, até ao momento, teve lugar num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda, junto ao Zoológico, em que um 'kamikaze' feriu três polícias.

O Papa também reagiu, esta manhã, aos atentados, que considerou uma “tão cruel violência”.

[atualizado às 18h30]