Cavaco Silva. "O euro é o ativo mais precioso que a minha geração deixa aos jovens"
15-04-2019 - 07:00
 • Graça Franco

Numa entrevista à Renascença, a primeira de um conjunto de entrevistas sobre a Europa, a propósito das eleições europeias de 26 de maio, Cavaco Silva faz a defesa da União Europeia e da moeda única, considerando que as vantagens da pertença à Europa são tão óbvias que não admite que os populistas atinjam os seus objectivos nas eleições de 26 de maio.

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Cavaco Silva diz que a Europa está do lado certo e Trump do lado errado.

Numa entrevista à Renascença, a primeira de um conjunto de entrevistas sobre a Europa, a propósito das eleições europeias de 26 de maio, o antigo primeiro-ministro e ex-Presidente da República diz ainda que Vladimir Putin tem procurado desestabilizar, indo ao encontro da extrema-direita, e que a China joga no plano tecnológico.

Cavaco Silva não vê, além de Macron, um único líder europeu capaz de “puxar” pela zona euro e vê na moeda única o grande legado da sua geração.

As vantagens da pertença à Europa parecem-lhe tão óbvias que não admite que os populistas atinjam os seus objectivos: só se os europeístas não souberem explicar o projecto europeu.

"Não só em Portugal, como também, mas muito mais na Europa, a divisão não é entre direita e esquerda, é, sim, entre quem é a favor e quem é contra a União Europeia", defende Cavaco Silva, em entrevista à Renascença, defendendo que "Portugal deve estar sempre na linha da frente do aprofundamento" da Europa e da Zona Euro.

"Considero o euro o ativo europeu mais precioso que a minha geração deixa aos jovens da Europa e também aos jovens portugueses. Peço-lhes que aproveitem bem todos os benefícios que resultam de terem uma moeda de referência internacional", declara Cavaco.

Com a saída da Grã-Bretanha, a China e os Estados Unidos vão passar a ser duas grandes potências, claramente mais importantes do que a própria União Europeia. Isso que desafios trará à Europa que fica?

Depois do Brexit, a União Europeia e a zona euro continuarão a ser um dos maiores blocos económicos do mundo. O euro continuará a ser uma moeda de referência internacional, ao lado do dólar, muito utilizada nos pagamentos e como uma moeda de investimento e de reserva. Nunca o apoio europeu ao euro foi tão forte como agora. De acordo com o último Eurobarómetro, 74% dos europeus apoiam o euro. Portanto, mesmo sem o Reino Unido, a União Europeia continuará a ser um bloco com uma grande força política na cena internacional.

E quanto à China?

A China é uma grande potência global. Eu tive conversações com quatro presidentes chineses e é minha convicção que a China quer uma Europa forte. Quer que o euro seja uma moeda internacional. Tudo isto para mitigar um pouco a influência dos Estados Unidos em questões de política global.

Existe, neste momento, uma parceria estratégica entre a União Europeia e a China. Está em negociação um acordo de investimento. Há pouco tempo, muito pouco tempo, ocorreu a visita de Estado do presidente chinês a Paris e, aí, o presidente Macron convidou a chanceler Merkl e o presidente da Comissão Europeia, Junker, para, em conjunto falarem com o presidente da China e, com certeza, para levantarem duas questões: a primeira é a concorrência desleal que a União Europeia considera ser feita pela China, pelo facto de este país apoiar, com dinheiro público, empresas que, depois, a preços muito mais baratos, colocam os seus produtos na União Europeia.

Em segundo lugar, a Europa desconfia de alguns investimentos que a China está a fazer na zona. Porquê? Por questões estratégicas e de segurança. Estou certo de que esse problema foi levantado ao presidente Xi Jiping nesse encontro no Eliseu. E, mais importante, passou despercebida, aqui em Portugal, a cimeira que ocorreu no passado dia 9 entre a União Europeia e a China, em que a delegação chinesa foi presidida pelo próprio primeiro-ministro e aí chegaram a um acordo no sentido de concluir o acordo de investimento até 2020. E a China aceitou examinar as críticas de concorrência desleal por parte da União Europeia. Portanto, estou convencido de que os problemas que possam existir com a China serão resolvidos ao nível do diálogo, o que já me parece mais difícil [de acontecer] com os Estados Unidos.

O caso das privatizações da REN e da EDP para empresas estatais chinesas não lhe causa nenhuma preocupação?

No tempo em que elas foram feitas, não podíamos deixar de aceitar as empresas chinesas que concorreram em igualdade de circunstâncias com a empresa alemã e a empresa brasileira que se apresentaram. Ganhou a empresa chinesa e Portugal demonstrou que não discriminava em relação à China. Portanto, não tenho crítica a fazer. Mas Portugal, neste momento, certamente acompanha a União Europeia em relação à China, nas questões que já referi.

E os Estados Unidos?

O problema dos Estados Unidos é muito importante porque, tal como a China, os Estados Unidos estão a utilizar os avanços tecnológicos e a cibernética para reforçarem a sua posição no mundo. Penso que nós, portugueses, e os europeus só podem estar satisfeitos por existirem discordâncias por parte da União Europeia em relação ao presidente Trump: que os cidadãos europeus discordem do proteccionismo, que sejam a favor do multilateralismo nas relações económicas, que sejam a favor do combate às alterações climáticas, que se proponham respeitar o acordo de Paris, que aceitem a globalização como um contributo fundamental para retirar milhões e milhões de pessoas da pobreza.

Encontrei-me com quatro presidentes dos Estados Unidos - Reagan, Bush, Clinton e Obama. Por isso, tenho alguma dificuldade em qualificar algumas atitudes da actual administração norte-americana. A União Europeia está do lado certo e a administração americana está do lado errado. É a minha opinião pessoal.

Voltando ao Brexit, na sua origem esteve o UKIP, um pequeno partido eurocéptico que levou o sr. Cameron a temer um desvio dos votos dos conservadores e a convocar o referendo. Contudo, o crescendo do populismo e deste tipo de partidos não parou na Europa. Há dias, o "The Guardian" dizia que, desde 2007, os votos destes partidos triplicaram. Em que medida a liga criada, em Milão, na semana passada, liderada pelo senhor Salvini e unindo muitos destes partidos, pode constituir uma ameaça ao projecto europeu? Eles dizem-se “contra os burocratas e os banqueiros”…

Em resultado dos fluxos migratórios, em resultado da guerra na Síria, no Iraque e na Líbia, que originou toda uma grande onda de refugiados na Europa, estes partidos procuraram despertar nos seus cidadãos ódios em relação aos emigrantes, sentimentos nacionalistas ou eurocépticos e incutir-lhes medo: medo de perderem os seus empregos, medo de perderem os seus apoios socias. Mas eu distingo os países do Leste europeu, onde esses fenómenos surgiram, da Itália. Surpreende-me muito a atitude dos países do Leste europeu em relação aos refugiados, porque quando eles abandonaram o comunismo a União Europeia manifestou uma total solidariedade: um apoio técnico, um apoio humanitário, um apoio às reformas e, depois, abriu-lhes a porta em relação ao acesso à União Europeia e tem fornecido milhões e milhões para o desenvolvimento desses países. Se, neste momento, esses países do Leste europeu têm taxas de crescimento muito elevadas e se as suas condições de vida têm melhorado, isso deve-se muito aos apoios da União Europeia. Daí, a minha surpresa, porque seriam os últimos países de que se esperava que pudessem ter essa atitude.

E em relação à Itália?

A Itália há muito tempo que vive uma situação de crise política. Enquanto fui primeiro-ministro, durante dez anos, conheci nove primeiro-ministros italianos. A economia tem estado numa recessão prolongada e, agora, o senhor Salvini procurou tirar partido da rota de emigrantes que chega à Itália para incutir sentimentos eurocépticos e nacionalistas na população. Mas as coisas são diferentes. Este eurocepticismo que chega da Itália pode ser incómodo, mas não terá grandes efeitos, quanto a mim, nas decisões que podem ser tomadas no aprofundamento da União Europeia. E porquê? Porque a Itália, tal como a Eslováquia, tal como a Eslovénia, faz parte da zona euro e, aí, as partilhas de soberania são tão fortes que tornam muito difícil que um país, isoladamente, perturbe os avanços que se querem realizar.

A Hungria também faz parte desta liga…

Mas não é um país da zona euro. É uma grande diferença. Pode incomodar, eu até acho que não deve aderir à zona euro, como a Polónia não deve aderir. Acho que se deve distinguir entre os que pertencem e não pertencem à zona euro. Agora, a nível eleitoral, penso que as forças políticas europeístas a favor da União Europeia podem ganhar, de forma muito clara, as eleições.

Tudo depende da capacidade dessas forças europeístas para demonstrar como ainda é a União Europeia que, neste quadro de incerteza geopolítica, melhor garante a prosperidade, a segurança dos cidadãos. De demonstrarem como os respectivos países têm beneficiado da presença na União Europeia e na zona euro e que possam evidenciar o que sucede a um país que queira sair da União Europeia como está a suceder, agora, no Reino Unido. Penso que é possível, se demonstrarem claramente, como fez o presidente Macron no acto eleitoral, utilizando uma linguagem muito firme de defesa dos benefícios da presença na União Europeia, derrotando a senhora Le Pen. E agora temos uma boa notícia: a vitória, na Eslováquia, da nova presidente europeísta.

Considero o euro o ativo europeu mais precioso que a minha geração deixa aos jovens da Europa e também aos jovens portugueses. Peço-lhes que aproveitem bem todos os benefícios que resultam de terem uma moeda de referência internacional.

Pensa que em Portugal há margem de manobra para surgirem movimentos como o En Marche ou o Ciudadanos?

Bem, essas duas forças políticas não são eurocépticas…

São, no fundo movimentos que vão ao lado dos partidos tradicionais em queda e que se distinguem pelo seu euro-optimismo…

Não sei se em Portugal vai surgir uma senhora Inês Arrimadas ou um líder do tipo do dos Cidadãos e não me quero pronunciar sobre isso.

E também não pensa que pode haver espaço para movimentos nacionalistas e, esses sim, eurocépticos?

Se os partidos europeístas não tiverem capacidade para demonstrar que Portugal tem sido um dos grandes, grandes beneficiários da sua presença na União Europeia e na zona euro...

Portugal deve estar sempre na linha da frente do aprofundamento da zona euro. É aí que ele ganha. É muito importante para Portugal que possa ser criado um fundo europeu, um orçamento da zona euro para apoiar o país, no caso de ser sujeito a um choque assimétrico, isto é, um choque que atinja principalmente Portugal e não atinja os outros países e que Portugal, só por si, não consiga resolver. Ou, então, um fundo nesse orçamento da zona euro que apoie as reformas estruturais e os investimentos para o reforço da competitividade. E que, em caso de uma recessão económica internacional, possa haver um apoio aos países para evitar a queda acentuada da produção e do emprego.

Como é que poderão surgir esses fundos, no caso de estes partidos eurocépticos conseguirem o seu objectivo que é o de controlarem 30% dos votos no Parlamento Europeu?

Penso que não vão conseguir. Se conseguirem, é um falhanço dos líderes dos partidos europeístas.

Vamos voltar, então, aos grandes problemas da Europa e um desses problemas é, sem dúvida, o abrandamento da economia. Estamos a aproximar-nos de um declínio do ciclo económico e as previsões são de muitos anos de economia praticamente estagnada. O que podemos fazer para contrariar este efeito de estagnação?

O "Economist", que eu leio há muito tempo, fez, em Setembro, uma capa que se chamava “A Próxima Recessão”. Fui estudar para ver se havia, de facto, indicadores que apontassem para uma próxima recessão.

Há preocupações, muitas delas associadas à incerteza geopolítica criada pelo presidente Trump, as guerras comerciais com a China, também uma certa guerra comercial com a Europa, uma ameaça de direitos aduaneiros elevados sobre a indústria automóvel da Europa, uma dívida muito alta dos países emergentes, uma dívida que é, fundamentalmente, em dólares e que, portanto, com a apreciação do dólar estão numa situação difícil, mas a minha conclusão, que resultou desse estudo, é de que não é clara uma tendência recessiva neste momento, apenas um abrandamento do crescimento económico em geral.

Considero que o mundo e a Europa em particular, e mesmo Portugal, estão melhor preparados para enfrentar uma crise financeira internacional do que estavam em 2008. Mesmo a situação dos nossos bancos que, neste momento, são mais transparentes como exibem rácios de solvabilidade melhores e um muito menor crédito mal parado. A Europa está muito melhor preparada em termos de solidez do sistema bancário, em particular em resultado da criação da União Bancária.

Como já disse, nós ultrapassamos alguns erros que cometemos, nomeadamente não cuidarmos devidamente do nosso equilíbrio externo, (neste momento, até estamos a ter um equilíbrio das nossas contas externas…) ou então, do desequilíbrio das nossas contas públicas. Acho que esse problema deve ser até lateral, já está interiorizado. Basta, neste momento, respeitar o nosso saldo estrutural e, portanto, ter em cada ano o cuidado de não tomar medidas discricionárias que aumentem o défice. E, depois, vamos cuidar do que é verdadeiramente importante, que é a composição da despesa e a nossa política fiscal. Portanto, não estou assim tão pessimista em relação à evolução da economia internacional.

Agora, o que me surpreende, como lhe disse, é porquê, porquê, porquê, por que é que Portugal está a ficar tão atrás dos países da zona euro que fazem parte do seu pelotão? Por isso é que convidei, no outro dia, de forma aberta, que os partidos democráticos em geral abordem essa questão de forma séria, sem preconceitos, para que seja um ponto fundamental que surja na mesa política a seguir às eleições de Outubro.

O que é que poderia ajudar a fomentar esse espírito de discussão interpartidária?

Há muito tempo que defendo um compromisso entre as forças europeístas. Em minha opinião, neste momento, não só em Portugal, como também, mas muito mais na Europa, a divisão não é entre direita e esquerda, é, sim, entre quem é a favor e quem é contra a União Europeia. É aí que está a diferença fundamental.

[É preciso] juntar todos aqueles que são a favor da União Europeia, porque é através de uma União Europeia forte que nós podemos fazer alguma concorrência aos Estados Unidos e à China em áreas estratégicas do futuro. Quais são elas? A Robótica, a Inteligência Artificial e as baterias para os carros eléctricos. Cada país, isoladamente, na Europa, será sempre fraco. Diz-se mesmo que a tendência, nos próximos 20 anos, se nada for feito, no G7 teremos só a Alemanha como país europeu, o resto será ocupado pelos Estados Unidos, pela Rússia, pela China e outros países asiáticos.

Por isso, gostaria que os portugueses e os europeus tivessem a consciência de que cada país, isoladamente, vale pouco. Mesmo a Alemanha, mesmo a França valem pouco num contexto geopolítico que tem, de um lado, os Estados Unidos e, do outro lado, a China, que têm uma capacidade tecnológica que está a avançar muito rapidamente e que são capazes de utilizar a cibernética de uma forma que a Europa ainda não aprendeu a utilizar.

E no caso do senhor Putin? Ele vai continuar a ser um aliado ou vai tornar a ser uma espécie de inimigo?

A Rússia do senhor Putin tem procurado instabilizar a Europa. A invasão da Crimeia e o apoio total aos separatistas na Ucrânia…

Mas não é só isso e é mais surpreendente o diálogo amigo que ele mantém com a extrema-direita europeia. Com a senhora Le Pen, com o senhor Salvini e com as forças nacionalistas da Hungria. Quando ele encontra a extrema-direita num sítio, vai imediatamente procurar dialogar com essa extrema-direita. Qual é o objectivo?! Dividir a Europa. Dividir a Europa. E, por isso, como sabe, a Europa tem sanções aplicadas à Rússia, que têm produzido alguns efeitos negativos sobre a economia, mas que não preocupam muito o senhor Putin, porque, como sabe, a democracia russa é bastante musculada.

No entanto, penso que a União Europeia não pode deixar de manter as pontes de diálogo com a Rússia, porque é uma potência com força global.

Como vê a proposta de transformação do Presidente do Eurogrupo (que, neste momento, é Centeno) numa espécie de ministro das Finanças da zona euro e, portanto, numa criação cada vez mais federal da zona de forma a que a Europa também pudesse falar a uma voz no G7?

Em ligação com esta proposta de Macron e de Junker de criação de um orçamento para a zona euro, surgiu a ideia de criar um ministro da Economia e das Finanças da zona euro.

Não gosto dessa expressão de “ministro”, mas acho que faz sentido existir uma entidade com responsabilidade na gestão desse orçamento da zona euro que trate dos programas de assistência económica e financeira nos países em situação de emergência, que represente a Europa a nível internacional, para que haja, claramente, pelo menos nos assuntos económicos e financeiros, uma só voz e que aplique aquilo que acho que, neste momento deveria ser uma prioridade e que é uma política de estabilização macro económica por parte da Europa, para fazer face a eventuais recessões internacionais para evitar a repetição da crise que surgiu nos Estados Unidos em 2008 e para a qual a Europa não estava preparada e que foi a recessão mais forte depois da II Guerra.

Portanto, a ideia da um ministro para a Europa, não sendo nova - Trichet já a tinha avançado -, é um dado positivo. Não sabemos como é que será a líder alemã, a seguir à senhora Merkl, uma grande europeísta, uma forte europeísta. Felizmente que temos, também, em França um forte europeísta, muito embora tenha problemas internos; mas o "Finantial Times" disse uma frase muito boa em relação a Macron: "Ele está muito bem na substância, em França, mas está mal no estilo". Aparece como um pouco arrogante, o presidente dos ricos, mas quem é o outro líder da Europa que tem prestígio internacional, quem é que na Europa pode puxar pelo avanço da zona euro?! Eu vejo só, neste momento, o senhor Macron.

É bom termos um português como Presidente do Eurogrupo?

Bem, nós temos, neste momento uma pessoa, o professor Centeno, um economista por quem eu tenho muita consideração, já o conhecia, um pouco, não muito, um especialista de economia do trabalho, mas ele está, neste momento, a desempenhar uma tarefa política e foi um prestígio para Portugal que ele tivesse sido escolhido, tal como foi importantíssimo para Portugal termos Durão Barroso como presidente da Comissão.

Durão Barroso apoiou como nenhum outro Portugal a ultrapassar dificuldades dentro da União Europeia, tal como é muito importante termos, neste momento, o engenheiro Guterres como secretário-geral das Nações Unidas. É, de facto, espantoso, como um país de 10 milhões de habitantes, consegue ter em posições internacionais tantas personalidades portuguesas. Centeno, Barroso, Jorge Sampaio, António Guterres... Devemos todos orgulharmo-nos com isso.

Quem gostaria de ver à frente da Comissão Europeia, já que vão mudar a lideranças todas este ano?

Como sabe, Juncker foi escolhido em resultado da maior votação obtida pelos partidos membros do Partido Popular Europeu. Houve quem discordasse dessa votação e advogasse, como a Alemanha, um nome indicado pelo Conselho Europeu. Agora, existem já candidatos apresentados pelos diferentes partidos, mas não se sabe se a composição próxima do Parlamento Europeu vai permitir esse caminho (o do partido que ganhou nomear o presidente da Comissão) porque podemos ter um Partido Liberal e Democrata com uma votação muito mais forte, em resultado da possibilidade do partido do Presidente Macron - "En Marche" - e dos Ciudadanos virem a integrar esse Partido Liberal. Por isso, os grandes partidos - o Partido Socialista e o Partido Popular Europeu - podem não ter força suficiente para elegerem o Presidente da Comissão. Não tenho conhecimento profundo das diferentes personalidades para poder fazer uma escolha.