O surto verbal
10-01-2020 - 06:30

Sem a concordância dos lisboetas, o Vitória de Setúbal perde toda sustentação da sua tese, e em função da qual o jogo marcado para amanhã à noite pretendia que o estado clínico de muitos seus jogadores fosse tido em conta.

No campeonato das palavras, não há apenas um campeão em Portugal.

De um modo geral, todos usam e abusam da argumentação verbal para defender aquilo que consideram ser os seus interesses, sejam desportivos ou de outra odem.

O que aconteceu nestes dias à volta do possível adiamento do jogo entre o Vitória de Setúbal e o Sporting Clube de Portugal aprazado para manhã à noite é disso o exemplo mais recente.

De um lado, o dos vitorianos, razões ponderáveis e susceptíveis de provocarem a alteração da data de um desafio que os regulamentos não contemplam.

Do outro, o dos leões da capital, argumentos aceitáveis e baseados num calendário exigente que os sportinguistas têm pela frente, e que obriga a sua equipa principal a estar presente nas diversas competições à vista no horizonte próximo.

Os regulamentos vêm, entretanto, ajudar ao desempate.

E esse funciona a favor do clube da capital. Ou seja, sem a concordância dos lisboetas, o Vitória de Setúbal perde toda sustentação da sua tese, e em função da qual o jogo marcado para amanhã à noite pretendia que o estado clínico de muitos seus jogadores fosse tido em conta.

Pelo meio surgiram já argumentações diversas, a última das quais aponta no sentido de a direcção leonina ter colocado o seu departamento médico à disposição dos setubalenses para ajudar a debelar a crise gripal, oferta entretanto rejeitada pelos seus pares de Setúbal.

Um caso? Talvez, mas pouco.

O rigor dos regulamentos tira a Liga de Clubes desta discussão e, assim sendo, só há que esperar pelo início do jogo no estádio do Bonfim, na cidade do Sado.