Abecedário. Lisboa debate fronteiras em primeiro festival literário da capital
06-03-2019 - 16:29
 • Maria João Costa

Novo festival vai decorrer de 8 a 11 de março, em livrarias, lojas, bibliotecas e cafés da cidade. Conheça aqui o programa.

Lídia Jorge, José Gil, Elisabete Jacinto, Ana Margarida de Carvalho, João Soares e Isabel Alçada são alguns dos nomes que compõem o cartaz do Abecedário, o primeiro Festival da Palavra a acontecer em Lisboa, entre 8 e 11 de março.

A iniciativa e organização cabem à Cabine de Leitura, uma biblioteca que, desde 2014, ocupa uma antiga cabine telefónica na Praça de Londres. A primeira edição deste festival tem como tema a palavra “Fronteira”. As sessões são gratuitas, todas com entrada livre.

À Renascença, Carlos Moura-Carvalho, organizador do festival, explica que este é um tema “atual” e que irá marcar cada uma das conversas que decorrem em espaços da cidade, recuperando o espírito de tertúlia.

Durante quatro dias, haverá eventos nas livrarias Barata, Leituria, Tigre de Papel; em quatro bibliotecas, nomeadamente a do Palácio Galveias, a Biblioteca de São Lázaro, Biblioteca dos Coruchéus e Cabine de Leitura; bem como em três cafés icónicos da cidade - Pastelaria Mexicana, Café Vá-Vá e Café Império - onde serão lançados olhares diferentes em torno da questão da temática "Fronteira".

“Parecia-me extraordinariamente estranho que não houvesse um festival literário em Lisboa”, reflete Carlos Moura-Carvalho, antes de revelar que para o próximo ano a autarquia já está a lançar um festival, mas que este Festival da Palavra, que "não teve apoios", serve um pouco de embrião a esse.

O antigo diretor-geral das Artes e administrador da Tóbis, especialista na área dos direitos de autor, revela que este festival conta com “pessoas improváveis” como convidados, que vão juntar-se em locais “descomprometidos”. Veja o programa e escolha onde e quem quer ouvir.

Programa

Sexta-feira, dia 8

Às 18h30, a escritora Lídia Jorge vai conversar na Livraria Barata com o Padre José Manuel Pereira de Almeida, com moderação da historiadora Dalila Rodrigues sobre a interrogação “O Céu é o Limite?”. Às 19h na Biblioteca dos Coruchéus haverá leituras de textos de Sophia de Mello Breyner Anderson. Às 21h na Livraria Leituria a conversa é em torno do tema “Um Mundo Global” e juntará Vírgina Braz Gomes, presidente do Comité dos Direitos Económicos, Sociaisl e Culturais da ONU e a piloto Elisabete Jacinto.

Sábado, dia 9

A Livraria Tigre de Papel recebe o filósofo José Gil e a escritora Rita Taborda Duarte às 15h para uma conversa em torno do tema “Transpor Barreiras. Repensar Limites”. Às 17h na Livraria Barata, os ex-ministros Isabel Alçada e João Sares juntam-se a Carlos Avillez para conversar sobre “tudo tem um preço?”. A Companhia «As Crianças Loucas» apresenta LisboaWood, uma leitura encenada na Biblioteca do Palácio das Galveias às 21h30

Domingo, dia 10

Os escritores Rodrigo Guedes de Carvalho e Ana Margarida de Carvalho juntam-se às 11h na Livraria Leituria para falar sobre “Amor sem Fim”. Durante o dia, o poeta Pedro Freitas vai dizer poesia pela cidade. Às 18h30 na Pastelaria Mexicana, será debatida a questão “Uma Cidade sem Fronteiras” pela socióloga Sandra Marques Pereira e a economista Maria João Marques.

Segunda-feira, dia 11

A Biblioteca de São Lázaro acolhe, às 11h, uma tertúlia sobre a construção da identidade que vai juntar Jorge Soares da Gulbenkian, a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, o ator Luís Castro e a moderação do jornalista Tiago Carrasco. Na Livraria Tigre de Papel, às 18h30, e para fechar o programa, o historiador de arte Anísio Franco, a gestora cultural brasileira Marta Porto que conversarão com a curadora Filipa Oliveira sobre o papel da arte.