Meditações da Via Sacra do Papa refletem preocupações dos jovens
30-03-2018 - 15:33
 • Aura Miguel

Entre os jovens que carregam a cruz ao longo das 14 estações encontra-se uma família de cristãos da Síria e uma freira iraquiana que escapou ao Estado Islâmico.

As meditações da Via Sacra do Papa no Coliseu de Roma, que se realiza esta sexta-feira a partir das 20 horas (uma hora mais cedo em Portugal), foram escritas por jovens entre os 16 e os 27 anos, nove deles estudantes de liceu.

Francisco vai meditar nas 14 etapas que assinalam o caminho de Jesus até à sua crucificação e morte. Segundo o Vaticano, as meditações que revelam as inquietações, dúvidas e esperanças dos jovens de hoje.

Num tempo em que “não aceitamos críticas” e “no mundo da internet que nos condiciona com tudo o que circula na rede, ao ponto de duvidarmos até das nossas palavras”, o contraste com as de Cristo é grande, porque “são palavras fortes, na fraqueza”, escreveram os jovens.

Tantas vezes, “à nossa volta há olhos fixos no ecrã do telemóvel, ou enredados nas redes sociais e presos aos erros dos outros, sem possibilidade de perdão”, mas “Cristo deu a outra face” e “perdoa-nos sem rancor”, lê-se ainda.

A falta de pertença, a fuga às responsabilidades, as falhas e quedas no caminho, não podem ser obstáculos para “encontrar Jesus e reconhecer o seu olhar”, escrevem estes estudantes que também pedem “a coragem da esperança para enfrentar o sofrimento” e “a coragem necessária para ver a dignidade dos outros, para estimá-la e protegê-la”.

Como habitualmente, esta celebração é transmitida em mundovisão e vários jovens, de diferentes realidades, carregam a cruz nas 14 estações da Via Sacra, entre eles, uma família da Síria e Geneviève Al Haday, uma freira do Iraque que conseguiu escapar à violência do Estado Islâmico.

“Na cruz que carregar, está a resposta às esperanças de paz do meu país e de todo o Médio Oriente, está a recordação dos seus mártires cristãos e de tantas lágrimas de solidão”, declara esta religiosa dominicana.