​A família no Século XXI
22-06-2018 - 06:16

Há um aspecto em que a contribuição da família é fundamental e será cada vez mais fundamental: a educação na liberdade.

Li recentemente o livro de Scott Hahn, "The First Society", que recomendo. Uma das muitas frases que me chamaram a atenção: "A família é o campo de treino das virtudes que tornam a sociedade livre possível" (minha tradução).

Hahn desenvolve este tema, referindo-se concretamente à importância da confiança na sociedade: "A confiança não pode ser fabricada ou comprada; tem de ser ensinada na vida em família".

Sem prejuízo desta observação concreta, há um aspecto em que a contribuição da família é fundamental e será cada vez mais fundamental: a educação na liberdade. Normalmente pensamos em liberdade como ausência de constrangimentos exteriores (por exemplo, liberdade política ou liberdade de expressão). No entanto, igualmente importante é o que podemos chamar liberdade intrínseca: a facilidade com que uma pessoa faz aquilo que acha que tem de fazer.

No que respeita aos constrangimentos exteriores, vivemos numa era de liberdade como nunca visto na história: não só no sentido de liberdade política ou liberdade de expressão, mas também na facilidade de transporte, de telecomunicações, de acesso à informação, etc, etc (um longo etcetera). Justamente porque a liberdade extrínseca é tão vasta, a liberdade intrínseca assume um valor particularmente importante. Num artigo do Wilson Quarterly de há alguns anos, Daniel Akst escrevia que "com mais possibilidades para o prazer e menos regras e constrangimentos do que antes, os felizes serão os poucos que se saibam controlar a si próprios" (minha tradução).

E por mais que os programas escolares e pós-escolares tentem ensinar a viver este aspecto intrínseco da liberdade, o papel da família é insubstituível — e mais importante do que nunca.