Conselho Nacional do PSD apoia Marcelo antes de saber se ele se recandidata
26-09-2020 - 01:12
 • Paula Caeiro Varela

As candidaturas já anunciadas de André Ventura e Ana Gomes são o suficiente para convencer os social-democratas a tomar uma decisão rápida. Tão rápida que ainda nem se sabe se o candidato o é.

Rui Rio não quis esperar pelo anúncio de Marcelo Rebelo de Sousa e arrumou o dossier presidenciais no Conselho Nacional desta sexta-feira, em Olhão.

A reunião magna dos social-democratas aprovou sem votos contra mas com 9 abstenções, segundo apurou a Renascença, uma moção da Comissão Política Nacional a declarar desde já o apoio do PSD ao atual Presidente da República.

"As eleições presidenciais de 2021", é o título da moção aprovada esta noite pelos conselheiros nacionais do PSD. A justificação prende-se com o contexto de uma dupla crise, de saúde pública e de natureza económica, a que se junta um "ambiente de incerteza" (...) agravado por uma solução governativa instável e com elevados riscos de radicalização".

O texto, a que a Renascença teve acesso, revela compreensão pela decisão de Marcelo Rebelo de Sousa em protelar o anúncio de recandidatura para não "condicionar cedo demais o exercício das suas funções", tendo em conta também o calendário do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Mas, no entender dos social-democratas, as já anunciadas candidaturas de Marisa Matias, André Ventura, Ana Gomes e João Ferreira, são suficientes para perceber o conjunto de alternativas presidenciais e "tornam a partir deste momento ainda mais importante para os eleitores do PSD uma decisão rápida e clara do partido".

No atual cenário de crise que Portugal atravessa, o Conselho Nacional do PSD, considera que é o atual Presidente da República o candidato que dá "mais garantias de equilíbrio e unidade nacional no quadro de crise que Portugal atravessa". Todos os outros – lê-se no texto – personalizam projetos de ruptura "de elevado risco" no momento que o país vive.

E termina com um "perdão" a Marcelo Rebelo de Sousa, muitas vezes criticado mesmo no seu partido de sempre, por alinhar demasiadas vezes com o governo socialista de António Costa. Na moção agora aprovada, o PSD diz ser normal que "nem sempre tenha estado concordante com todas as posições políticas por ele assumidas, mas estamos conscientes que o exercício do mais alto cargo da Nação implica uma ação política transversal e desligada de fidelidades partidárias".