​Angola e o problema do BPI
19-04-2016 - 06:38

Veremos até que ponto as relações de Portugal com Angola saem abaladas por causa deste desentendimento.

O acordo entre os accionistas do BPI foi dado como concluído na semana passada. Mas no fim de semana tudo voltou atrás. O primeiro-ministro até havia acompanhado as negociações através do seu “melhor amigo”. E o Presidente Marcelo tinha elogiado a intervenção de todos, incluindo a sua própria, que contribuíra para o aparente sucesso.

A saída para o problema estará num decreto governamental a proibir as actuais limitações do direito de voto dos accionistas. Uma medida estatutária em vigor no BPI e no BCP, bancos criados a partir da iniciativa de gestores (Artur Santos Silva e Jorge Jardim Gonçalves, respectivamente), que queriam livrar-se da eventual pressão de grandes accionistas.

A norma estatutária permitia a Isabel dos Santos, agora, bloquear o Caixa Bank, banco catalão que detém 44% do capital do BPI, mas cujos votos não podiam ir além de 20%.

Veremos até que ponto as relações de Portugal com Angola saem abaladas por causa deste desentendimento. A começar pelo futuro do banco detido maioritariamente pelo BPI naquele país.