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Não há maneira de o ensino profissional conseguir dar o salto. Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Educação, no ano letivo 2020/21 (o último com dados apurados), inscreveram-se nas vias profissionalizantes 109.585 mil, ou seja, 35,85% dos alunos que frequentaram o ensino secundário. Este número representa uma quebra de 0,6%, ou menos mil alunos, face ao ano letivo anterior.
A quebra acontece depois de três anos letivos consecutivos em que o número de inscritos rondou os 110 mil alunos.
Olhando para os dados desde 2013/14, altura em que a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência começou a disponibilizar os dados relativos ao ensino profissional, verifica-se que, em metade dos últimos oito anos letivos, o número de alunos inscritos no ensino profissional ficou abaixo da fasquia dos 110 mil alunos. De resto, foi no primeiro ano de divulgação dos dados que foi registado o maior número de alunos inscritos (110.750).
Depois desse ano letivo, o número de estudantes caiu e teve o seu ponto mais baixo em 2015/16, quando estavam matriculados 105.654 alunos.
Em oito anos, os cursos profissionais perderam 1.165 alunos, enquanto no mesmo período os cursos científico-humanísticos, vocacionados para o acesso ao Ensino Superior, ganharam 6.240 alunos. No ano letivo 2020/21, frequentavam os cursos científico-humanísticos 196.072 alunos.
Desta forma, parece estar cada vez mais longe a fasquia dos 50% nos cursos profissionais, frequente em muitos países europeus e que foi apontada como meta há mais de duas décadas pelo então ministro da Educação, Nuno Crato, no Governo PSD/CDS, entre 2011 e 2015, e, depois, pelos Governos PS.
Taxa de sucesso dispara
São cada vez mais os alunos do ensino profissional que concluem os cursos nos três anos previstos, elevando a taxa de conclusão dentro do prazo para os 70%, o que representa um aumento de 7% face ao ano anterior.
De resto, este número mostra que a taxa de conclusão destes estudantes, sem chumbar, nunca foi tão alta.
Das 581 escolas para as quais há dados, há nove que se destacam por todos os seus alunos terem concluído a via profissionalizante nos três anos. Cinco delas são públicas, onde coexistem os cursos científico-humanísticos.
Já entre as privadas, há três que são artísticas: a Escola Profissional de Música de Espinho, a Escola Profissional Artística do Vale do Ave e a Academia de Música de Costa Cabral. De resto, este bom aproveitamento nas vias artísticas também se estende aos alunos que frequentam os cursos científico-humanísticos para prosseguirem no Ensino Superior.
No ano anterior, só em duas escolas todos os alunos completaram o secundário sem chumbar; eram ambas públicas.
Olhando para as escolas que garantiram um percurso acima da média nacional, o chamado percurso de sucesso, o ranking feito pela Renascença é liderado pela Escola Secundária de Pinhel.O estabelecimento no distrito da Guarda conseguiu que os seus alunos tivessem um desempenho 33% acima dos seus colegas no país, que ao entrarem para o ensino profissional tinham um perfil semelhante em termos de idade e de apoios da Ação Social Escolar. De salientar ainda que, na secundária de Pinhel, todos os alunos conseguiram completar o ciclo de estudos nos três anos previstos, quando na região onde se insere, Beiras e Serra da Estrela, apenas 79% o conseguiram.
Entre as 100 melhores escolas, no ano letivo 2020/21, contavam-se 41 onde os cursos profissionais coexistem com os cursos científico-humanísticos.
Quem frequenta os cursos profissionais?
Os dados do Ministério da Educação revelam que 39.517 alunos tinham 18 ou mais anos, o correspondente a 36% dos alunos que frequentaram o ensino profissional em 2020/21, o que significa uma redução de cerca de 1% face ao ano anterior.
Ainda assim, é mais do triplo do registado nos cursos científico-humanísticos. Nesta via de ensino, vocacionada para o acesso ao Ensino Superior, apenas 10% dos alunos que frequentaram o secundário tinham mais de 17 anos (contra 11,6% no ano anterior).
Ao nível da distribuição por sexo, no ano letivo 2019/2020 manteve-se a tendência: os cursos profissionais continuaram a atrair mais rapazes, registando-se um ligeiro aumento face ao ano anterior (de 59% para 60%), do que raparigas (de 41% para 40%). O inverso acontece nos cursos científico-humanísticos, que têm mais raparigas (55%).
Quais os cursos com mais alunos?
Tradicionalmente, o curso com mais alunos matriculados tem sido o de Ciências Informáticas, o que se manteve no ano letivo 2020/21, assim como todos os outros cursos no Top 5.
Há apenas uma diferença: o curso de Desporto teve mais alunos do que o de Audiovisuais e Produção dos Media.
De destacar ainda que o Top 5, em 2020/21, integra um curso abaixo dos 10 mil matriculados, o curso de Turismo e Lazer, o que não aconteceu nos últimos anos.