O Presidente polaco apontou o dedo aos líderes da França e da Alemanha, fazendo referência aos seus telefonemas ao Presidente russo, ironizando que será o mesmo que conversar com Adolf Hitle durante a Segunda Guerra Mundial, revela o jornal alemão "Bild".
Tanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, já mantiveram conversações telefónicas com Vladimir Putin desde o momento em que a Rússia lançou a ofensiva contra a Ucrânia. Mas o líder francês, em particular, motivou algum descontentamento ao dizer que a Rússia não deveria ser "humilhada", de modo a preservar as hipóteses de uma solução diplomática.
Andrzej Duda, numa entrevista ao jornal alemão (publicada pela primeira vez no seu canal YouTube na quarta-feira), disse que tais discussões só legitimam uma guerra ilegal na Ucrânia.
"Alguém falou assim com Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial?", questionou.
"Alguém disse que Adolf Hitler tinha de salvar a imagem? Que devíamos proceder de tal forma que não fosse humilhante para Adolf Hitler?”, insistiu.
O conflito na Ucrânia, descrito por Moscovo como uma "operação militar especial" para acabar com as ameaças à sua segurança e desnazificar o Leste da Ucrânia, já devastou cidades inteiras e vitimou milhares de civis.
Nesta altura, a cidade de Severodonetsk (Leste da Ucrânia) é onde têm ocorrido os principais combates. O Exército russo procura conquistar todo o Donbass, importante região industrial e com recursos minerais, parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de quase 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,9 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.