Polícia de Las Vegas reabre caso de alegada agressão sexual de Ronaldo
02-10-2018 - 09:57

Norte-americana acusa o jogador de a ter violado na casa de banho de uma suite onde estava hospedado em Las Vegas, no verão de 2009.

A polícia de Las Vegas anunciou, na noite desta segunda-feira, a reabertura do caso da suposta violação de Cristiano Ronaldo a uma cidadã norte-americana, Kathryn Mayorga, em 2009.

O departamento de polícia, em resposta a perguntas de órgãos de informação, divulgou o comunicado afirmando que está a investigar novamente o caso com base nas novas informações fornecidas pela vítima, embora não tenha mencionado a mulher ou qualquer suspeito.

"A Polícia Metropolitana de Las Vegas respondeu a uma denúncia de agressão sexual em 13 de junho de 2009. No momento em que a denúncia foi feita, a vítima não forneceu aos detetives a localização do incidente ou a descrição do suspeito. Foi realizado um exame médico.

Em setembro de 2018, o caso foi reaberto e nossos detetives estão a acompanhar as informações fornecidas pela vítima. Esta é uma investigação em evolução e mais nenhum detalhe será dado neste momento", afirma a polícia.

Na última quinta-feira, Kathryn Mayorga apresentou queixa contra Ronaldo e detalhou as declarações no mesmo dia à revista alemã Der Spiegel.

Na entrevista, a professora de 34 anos afirma que Ronaldo a terá forçado a fazer sexo na casa de banho da suite em que estava hospedado em Las Vegas, no verão de 2009, quando se transferiu do Manchester United para o Real Madrid.

Cristiano Ronaldo conheceu Mayorga na discoteca do Palms Hotel and Casino, onde a mulher trabalhava. Mayorga era modelo e o seu trabalho, na altura, era estar com outras mulheres à frente de bares para atrair clientes. Nessa noite, Ronaldo terá convidado a mulher, uma amiga e outras pessoas para continuar a festa na moradia onde estava hospedado.

A mulher continua a descrever a noite, dizendo que Ronaldo lhe ofereceu roupas para poder ir para o seu jacuzzi. Quando foi trocar de roupa à casa de banho, o jogador terá entrado sem autorização.

"Ele pediu-me para lhe tocar no pénis por meio minuto. Eu ria e pensava se aquilo era uma piada. Este homem que é super famoso e desejado por tantas mulheres... afinal não passa de um retardado e de um idiota”, acusou Kathryn Mayorga, falando à revista alemã.

A mulher diz ter aceitado beijar o jogador, pensando que ele a deixaria em paz, mas em vez disso Ronaldo terá aumentado a assertividade e terá começado a agredi-la sexualmente. Mayorga afima que disse "não" várias vezes, mas que terá sido ignorada pelo atleta.

No fim do ataque, diz Kathryn Mayorga, Ronaldo terá mostrado sinais de arrependimento e terá dito que era "boa pessoa, exceto naquele 1%".

No mesmo dia, a mulher reportou o incidente à polícia e foi ao hospital para ser examinada, mas recusou revelar o nome do atacante.

Mayorga afirma que, três meses depois, decidiu assinar um acordo de confidencialidade com Ronaldo e recebeu 375 mil dólares (cerca de 325 mil euros) em troca do seu silêncio. Ronaldo negou as alegações num direto no Instagram, no domingo, chamando-lhes “fake news”.

A revista Der Spiegel publicou documentos que os representantes legais da professora de 34 anos dizem provar as suas alegações. O advogado da mulher, Lislie Mark Stovall, nega que a notícia seja falsa.

“Mayorga apresentou queixa, provas físicas da violação, respostas a questões por escrito acerca da agressão sexual atribuída a Cristiano Ronaldo, as comunicações e comportamento da “equipa” que representa Cristiano Ronaldo, as circunstâncias que rodeiam o alegado acordo para a não divulgação. E os danos psicológicos sofridos por Mayorga não são 'notícias falsas'”, escreveu o advogado.

Segundo a revista alemã, o dinheiro transferido para Mayorga chegou de uma conta nas ilhas virgens britânicas, um paraíso fiscal.

A professora de 34 anos diz ter decidido trazer as declarações a público inspirada pelo movimento #MeToo e quer agora anular o acordo feito com o jogador.

Ronaldo nega todas as acusações e diz que a relação sexual entre os dois foi consensual.

O advogado do jogador português, Christian Schertz, afirma que o artigo do Der Spiegel é "manifestamente ilegal e viola os direitos pessoais do cliente Cristiano Ronaldo, de uma forma extrememente séria" e é "uma das mais sérias violações de direitos pessoais nos anos recentes".