"Quase faltou dizer que vinha aí o diabo". Ministro das Finanças atira-se ao PSD
23-10-2020 - 16:43
 • Lusa

João Leão lembra alternativa de "sucesso" à esquerda e apela a consensos em torno do Orçamento do Estado para o próximo ano.

O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, criticou esta sexta-feira a visão do PSD sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), lembrando o "sucesso" da alternativa à esquerda no passado e pedindo "sentido de responsabilidade".

João Leão, que está a ser ouvido no parlamento no âmbito da proposta de lei do OE2021, disse que o discurso do líder do PSD, Rui Rio, lembra "o discurso do PSD nos dois primeiros anos do governo PS, entre 2015 e 2017", de que "não havia alternativa".

"Quase faltou dizer que vinha aí o diabo", disse João Leão aludindo a uma expressão utilizada pelo antigo líder do PSD Pedro Passos Coelho, acrescentando que "para o PSD a austeridade é a única forma correta de reagir a uma crise".


O ministro disse que para o partido de Rui Rio "a austeridade é a única forma correta de reagir a uma crise", pois "estão contra o conjunto de medidas sociais previstas" no OE2021.

João Leão lembrou ainda que "em 2015 e 2016 uma maioria parlamentar de esquerda esteve junta para mostrar que existia uma alternativa a esta visão de austeridade", e que no entender do ministro "se revelou um sucesso".

O sucessor de Mário Centeno na 'pasta' das Finanças defendeu que não é possível "ter receio de enfrentar os momentos difíceis" e que "não é o momento de desistir", algo que "os portugueses, com razão, não perdoariam".

"Tal como em 2015, estamos prontos para, em conjunto, voltar a fazer de novo um percurso de recuperação de economia e da melhoria da vida dos portugueses" que, segundo João Leão, esperam "sentido de responsabilidade para voltar a aplicar essa estratégia que tanto sucesso teve na saída da anterior crise".

Segundo João Leão, "a aprovação deste orçamento será o primeiro grande passo dessa estratégia de recuperação económica e da recusa da alternativa da austeridade".