“Letalidade a subir é bastante preocupante”, diz Marta Temido
06-11-2020 - 15:14
 • João Carlos Malta

A ministra da Saúde reagiu ao aumento do número de óbitos em Portugal nos últimos dias. Esta sexta-feira, foram registadas mais 52 mortes por Covid-19 e um recorde de 5.550 novos casos.

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Na reação ao relatório da situação epidemiológica desta sexta feira, em que se registaram mais 5550 casos e 52 mortes, a ministra da Saúde, Marta Temido, comentou o aumento do número de óbitos por Covid-19. "A letalidade tem subido nos últimos dias o que é bastante preocupante", afirmou depois de uma visita ao Hospital Padre Américo, em Penafiel. Esta tem sido uma das unidades mais fustigadas nas últimas semanas, pela crescente pressão de casos na região do Vale do Sousa.

Este registou-se o mais elevado número de novos casos diários de infeção por Covid-19 e é também o segundo dia com mais mortes, só superado pelo dia 4 de novembro, no qual morreram 59 pessoas. A maior pressão no Serviço Nacional de Saúde, neste momento, é no Norte do País, onde o número de casos é maior, e consequentemente o de internados e de cuidados intensivos também levanta mais preocupações.

A ministra da Saúde rejeitou ainda as críticas de falta de planeamento no Hospital de Penafiel, no qual tem havido múltiplas denúncias de rutura nos últimos tempos. "Naturalmente que houve planeamento. Uma pandemia com o comportamento que esta tem tido tem uma resposta difícil por natureza", afirmou.

Ainda assim, referiu que havia coisas que podiam ter acontecido de outra forma. "Se voltassemos atrás, todos faríamos coisas diferentes", concretiza.


NÚMERO DE MORTES DIÁRIAS EM PORTUGAL POR COVID-19

Em relação à falta de médicos, a ministra não difarçou as dificuldades em contratar mais clínicos mas também mais enfermeiros. "É um problema que toda a Europa está a enfrentar", referiu, citando o presidente francês Emmanuel Macron.

Ainda assim, garantiu que "desde o início da pandemia" que o Governo aprovou "um regime excecional para contratar todos os profisisonais que estejam disponíveis."

Marta Temido afirmou que conversou com os médicos do Hospital Padre Américo, e revelou que deles ouviu a necesidade de "não baixar a guarda", apesar de se "sentirem cansados". Mas para a ministra, "cá fora precisamos de fazer o nosso trabalho a montante".

"Se houver 10 milhões e infetados, não há capacidade de resposta", acrescentou.

No hospital de Penafiel, que atualmente, segundo a ministra esta no olho do furacão da crise sanitária, tem 169 internados. Um número menor do que nos últimos dias em resultado de transferências de doentes para outros hospitais da região Norte.

Na visita à região do Vale do Sousa e do Tâmega, a ministra da Saúde disse ainda que esteve em cima da mesa a discussão sobre a necessidade de haver maior celeridade nos inquéritos epidemiológicos.

"É um dos aspectos que mais nos preocupa quando os casos começam a subir", rematou.