O PSD quer saber se o Primeiro-ministro pressionou o ex-governador do Banco de Portugal para “manter Isabel dos Santos intocável”. Em causa as denúncias feitas por Carlos Costa - o homem que esteve à frente do Banco de Portugal - num livro onde diz que António Costa terá pressionado para manter a empresária angolana na administração do Banco BIC.
O vice-presidente do PSD quer saber, nomeadamente, “se e por que” o Primeiro-ministro “interferiu junto de uma instituição independente para manter intocável Isabel dos Santos”.
“O país precisa dessa resposta”, insistiu Leitão Amaro.
“Se interferiu, porque é que interferiu para deixar intocável Isabel dos Santos.”
O PSD considera que “seria uma situação demasiado grave” e, por isso, “o primeiro-ministro tem de responder”.
No livro “O Governador”, de Luís Rosa, pré-publicado no jornal “Observador”, o antigo governador do banco de Portugal declara que o primeiro-ministro lhe disse que “não se pode tratar mal a filha de um Presidente de um país amigo de Portugal”.
Na quinta-feira à noite, à entrada para a reunião da Comissão Política do PS, António Costa, questionado pelos jornalistas, admitiu processar judicialmente o antigo governador do Banco de Portugal por ofensa à sua honra.
“Foram proferidas pelo doutor Carlos Costa declarações que são ofensivas da minha honra, do meu bom nome e da minha consideração”, declarou o líder socialista, acrescentando ter contactado Carlos Costa e que o ex-governador do Banco de Portugal “não se retratou nem pediu desculpas”.
“E, portanto, constituí como meu advogado o doutor Manuel Magalhães e Silva, que adotará os procedimentos adequados contra o doutor Carlos Costa, para defesa do meu bom nome, da minha honra e consideração. É a justiça também a funcionar”, disse.