“Que o Senhor converta o coração dos terroristas”. Papa recorda Egipto e Manchester
28-05-2017 - 12:12

Mais de 40 pessoas morreram nos atentados contra cristãos coptas no Egipto, na sexta-feira, e na Arena de Manchester, no início da semana. Francisco voltou ainda a pedir uma informação “construtiva, ao serviço da verdade”.

O Papa Francisco recordou este domingo, no Vaticano, as vítimas dos atentados terroristas que na última semana atingiram o Egipto e a cidade de Manchester.

“Desejo exprimir novamente a minha proximidade ao querido irmão Papa Tawadros II e à comunidade copta ortodoxa no Egipto, que há dois dias sofreu mais um feroz acto de violência”, começou por dizer aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a recitação do Regina Coeli.

“As vítimas, entre as quais também crianças, são fiéis que se deslocavam a um santuário para rezar. Foram mortos após terem recusado a renegar a sua fé cristã. Que o Senhor acolha na sua paz estas corajosas testemunhas, estes mártires, e converta o coração dos terroristas”, pediu.

O Papa lembrou depois “as vítimas do horrível atentado da passada segunda-feira em Manchester, onde tantas vidas jovens foram cruelmente destruídas”.

“Estou próximo dos familiares e de quantos choram o seu desaparecimento”, garantiu.

O atentado no Egipto, que Francisco já tinha evocado no sábado, durante a sua visita a Génova, causou mais de 20 mortos e dezenas de feridos na província de Minya.

Em Manchester, o ataque ocorreu no final de um concerto musical onde estavam muitos jovens e crianças e provocou a morte de 22 pessoas, além de 59 feridos e vários desaparecidos.

Novo apelo à “comunicação construtiva”

Após a recitação da oração do Regina Coeli, o Papa voltou a lembrar a importância de uma comunicação construtiva por parte dos meios de comunicação social, associando-se assim à celebração do 51.º Dia Mundial das Comunicações Sociais.

“Os meios de comunicação social oferecem a possibilidade de partilhar e difundir, a todo o instante, as notícias de modo capilar. Essas notícias podem ser belas ou feias, verdadeiras ou falsas. Rezemos para que a comunicação, em todas as suas formas, seja efectivamente construtiva, ao serviço da verdade, recusando os preconceitos e difunda esperança e confiança no nosso tempo”, pediu.

Francisco insiste, assim, no conteúdo da sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, cujo título é “Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”.

Escreve o Papa que é necessário “romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo”, não querendo isto dizer que se vai “ignorar o drama do sofrimento, nem de cair num optimismo ingénuo”, mas sim ultrapassar “aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós e nos lança na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal”.