Ex-governante socialista vai presidir à administração da ULS Almada-Seixal
04-09-2024 - 20:32
 • Ricardo Vieira

Seguro Sanches, enquanto secretário de Estado da Defesa, ordenou uma auditoria onde se concluía que existia uma derrapagem no valor das obras de adaptação do antigo Hospital Militar de Belém, abrindo caminho à investigação “Tempestade Perfeita” sobre suspeitas de corrupção na Defesa.

Jorge Seguro Sanches vai ser o novo presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS), que inclui o hospital Garcia de Orta, em Almada.

O nome de Seguro Sanches foi anunciado esta quarta-feira pela secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, em declarações à RTP1. Vai substituir Teresa Luciano, que foi afastada pela Direção Executiva do SNS.

“Houve uma pessoa que já foi convidada pelo diretor-executivo para assumir o lugar. Posso anunciar que é o Dr. Jorge Seguro Sanches, que aceitou o lugar e estamos agora a cumprir todos os procedimentos para proceder à sua nomeação.”

Jorge Seguro Sanches foi secretário de Estado adjunto e da Defesa Nacional e secretário de Estado da Energia nos governos de António Costa, além de deputado pelo PS.

Também foi presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano EPE e inspetor na Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.

Foi Seguro Sanches, enquanto secretário de Estado da Defesa, que ordenou uma auditoria, onde se concluía que existia uma derrapagem no valor das obras de adaptação do antigo Hospital Militar de Belém, abrindo caminho à investigação “Tempestade Perfeita” sobre suspeitas de corrupção na Defesa.

A notícia do afastamento do conselho de administração da ULS Almada-Seixal, que inclui o hospital Garcia de Orta, foi conhecida esta quarta-feira ao final da tarde.

Fonte hospitalar adiantou que esta informação foi avançada pelo conselho de administração da ULSAS durante uma reunião de trabalho com todos os diretores de serviço, chefes de enfermagem, coordenadores e alguns diretores não clínicos.

Em declarações à RTP1, a secretária de Estado da Saúde diz que terá de ser o diretor-executivo do SNS a explicar a razão da demissão, mas é do conhecimento "público que houve constrangimentos nessa zona" e que houve "muitas reuniões para resolver esses constrangimentos entre a Direção Executiva e os conselhos de administração".