1919: quando um eclipse revelou o génio de Einstein
18-05-2019 - 10:42

Um eclipse solar fotografado há 100 anos, as ondas gravitacionais detetadas depois do choque entre dois buracos negros e a primeira fotografia de um buraco negro. As três descobertas validaram, ao longos deste século a teoria da Relatividade do Universo de Einstein.

No dia 29 de maio comemora-se o centenário das observações do eclipse solar total de 1919, em Sobral (Brasil), e na ilha do Príncipe (São Tomé e Príncipe), observações de que resultou a confirmação de uma das previsões da teoria da relatividade geral de Einstein.

Esta teoria passou mais um teste em setembro de 2015, com a primeira deteção de ondas gravitacionais, resultantes do choque entre dois buracos negros. Há um mês, com a primeira fotografia de um buraco negro, os cientistas voltaram a verificar previsões feitas pela Teoria do Universo de Einstein.

Na verdade, há precisamente 100 anos, em maio de 1919, com as primeiras fotografias de um eclipse solar, na Ilha do Príncipe, não se confirmava apenas a Teoria da Relatividade de Albert Einstein, dava-se a descoberta mais importante da Física e começava um novo mundo!

Ao absolutismo das leis de Newton, sucedeu a Relatividade de Einstein que rapidamente se estendeu a todas as áreas do conhecimento e também das artes, agora libertas da rigidez anterior com que se olhava o universo.

Estes marcos da ciência são tão importantes para a nossa visão deste mundo e dos outros que nos cercam no universo, que tinham mesmo que ser tema do Da Capa à contracapa, uma parceria da Renascença com a Fundação Francisco Manuel dos Santos para ouvir ao sábado às 9h30 da manhã. Ou sempre que quiser em podcast e em rr.pt

Como e porque é que esses três acontecimentos tiveram um impacto incrível na ciência, no conhecimento e nas nossas vidas em geral?

Os convidados são ambos cientistas premiados e reconhecidos internacionalmente. Fazem parte da rede GPS da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Estão esta semana no da Capa à Contracapa para nos falar desses acontecimentos que mudaram o mundo nos últimos 100 ano continuam a mudar a nossa perspetiva sobre o Universo. A conversa foi moderada pelo jornalista José Pedro Frazão.

Nelson Nunes é licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, e doutorado em Física pela Universidade de Sussex no Reino Unido. Foi investigador em Londres, Minnesota, Cambridge e Heidelberg. Em 1998 foi membro de uma das equipas que nesse ano descobriu que o Universo se encontra em expansão acelerada. Tem trabalhado na construção dos modelos teóricos que tentam explicar a natureza dessa aceleração. De momento é investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e lecciona na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É o director do Observatório do Lago Alqueva em Monsaraz.

David Sobral é Astrofísico e Professor de Astrofísica Extra-galáctica na Universidade de Lancaster no Reino Unido. Doutorado pela Universidade de Edimburgo, tem realizado várias contribuições para o avanço do conhecimento sobre as galáxias e como estas se formam e evoluíram até aos dias de hoje. Foi investigador no Observatório de Leiden, na Holanda e no Observatório Astronómico de Lisboa. Em 2015, liderou a descoberta da galáxia CR7, a Cosmos Redshift 7, a primeira geração de estrelas tinha sido prevista teoricamente, mas até à descoberta da CR7 não passava de uma previsão teórica; foram elas que formaram, pela primeira vez, o Oxigénio que respiramos, o Cálcio dos nossos ossos, e o Carbono dos nossos corpos.