​Costa irrita-se com perguntas sobre o Porto e termina entrevista com a Renascença
28-09-2017 - 07:10
 • Eunice Lourenço , Hugo Monteiro

Líder do PS não quis falar sobre soluções autárquicas para a cidade e terminou abruptamente entrevista com a Renascença.

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O líder do PS, António Costa, remeteu qualquer decisão sobre alianças pós-eleitorais na Câmara do Porto para o candidato do partido, Manuel Pizarro, mas a questão autárquica do Porto irritou de tal forma o secretário-geral socialista que acabou abruptamente uma entrevista com a Renascença.

A Renascença pediu entrevistas aos líderes partidários no âmbito da campanha para as eleições autárquicas. A todos foi dada a oportunidade de dar a entrevista no local que indicassem. A entrevista a António Costa seria a última e, na noite desta quarta-feira, depois de um comício na Maia, o líder socialista aceitou dar a entrevista no seu carro enquanto se dirigia para o Porto.

Costa foi questionado primeiro sobre a manifestação de enfermeiros e professores com que se tinha deparado na Maia. E respondeu que as negociações devem ser feitas nos ministérios, não em acções partidárias.

“As negociações com os enfermeiros têm vindo a decorrer normalmente no Ministério da Saúde e é lá que devem decorrer e não à porta de acções partidárias. Quanto aos professores foram colocados em escolas para as quais concorreram, não estão satisfeitos com a colocação, têm direito a reclamar, podem reclamar, mas não podem naturalmente ter uma solução administrativa que prejudique os outros colegas que foram ao mesmo concurso e que ficaram colocados na frente deles”, respondeu o primeiro-ministro.

Seguiu-se a questão autárquica do Porto, onde Costa vai encerrar a campanha. Recorde-se que o PS tinha decidido apoiar a recandidatura de Rui Moreira, com quem tem governado a Câmara nos últimos quatro anos. O actual presidente da Câmara do Porto não tem maioria absoluta e fez uma aliança com os socialistas que agora iria ter expressão numa coligação pré-eleitoral. Mas divergências quanto á arrumação da lista fizeram com que Rui Moreira rompesse e acordo. E o PS acabou por avançar com a candidatura de Manuel Pizarro, que é o líder da distrital socialista e que tem sido na prática o numero dois de Moreira.

Costa começou por salientar a “lealdade” de Manuel Pizarro à cidade do Porto e dizer que “o PS apresenta-se a todas as eleições para ganhar”. Questionado sobre se os socialistas estão disponíveis para voltar a falar com Rui Moreira, caso não haja uma maioria absoluta no Porto, remeteu o assunto para a concelhia que é liderada pelo deputado Tiago Ribeiro.

A Renascença insistiu, questionando o líder socialista sobre uma aproximação ao PSD ou uma tentativa de aliança de esquerda como a que suporta o Governo. E foi, então, que António Costa decidiu dar a entrevista por terminada. “Esta entrevista é melhor fazer ao Manuel Pizarro. Está concluída”, rematou o primeiro-ministro e secretário-geral do PS.

Que resposta tem para estes professores e para estes enfermeiros?

As negociações com os enfermeiros têm vindo a decorrer normalmente no ministério da saúde e é lá que devem decorrer e não à porta de acções partidárias. Quanto aos professores foram colocados em escolas para as quais concorreram, não estão satisfeitos com a colocação, têm direito a reclamar, podem reclamar, mas não podem naturalmente ter uma solução administrativa que prejudique os outros colegas que foram ao mesmo concurso e que ficaram colocados na frente deles

Vai fechar a campanha eleitoral no Porto, que se revelou um problema neste processo autárquico. As sondagens apontam para uma vitória, eventualmente sem maioria absoluta. Acha que o PS ainda pode ganhar a câmara do Porto?

As eleições ganham-se nas urnas e é o domingo que saberemos quais são os resultados. O PS apresenta-se a todas as eleições para ganhar. Na Câmara Municipal do Porto apresenta-se com uma excelente equipa, com o dr. Manuel Pizarro com um autarca com provadas dadas que tem cumprido com toda a lealdade o seu mandato com o Porto e cumprirá com toda a lealdade com o Porto. O PS nunca faltou à cidade do Porto, nunca faltará à cidade do Porto e está aqui na cidade do Porto pronto para assumir a vitória e a responsabilidade de governar a câmara no próximo mandado.

Mas se não houver uma maioria absoluta, o PS está disponível para voltar a conversar com Rui Moreira?

Esses assuntos tem de perguntar ao candidato Manuel Pizarro, eu não falo sobre os assuntos da concelhia.

O candidato tem estado muito próximo de algumas posições do candidato do PSD...

Não vou falar sobre esse assunto.

Nem uma solução como a que suporta o Governo?

Esta entrevista é melhor fazer ao Manuel Pizarro. Está concluída.