Coreia do Norte condena pastor canadiano a prisão perpétua e trabalhos forçados
16-12-2015 - 16:58

A acusação pedia pena de morte, mas a defesa pediu complacência para que o condenado possa “ver por si a realidade da nação do Sol enquanto cresce em poder e prosperidade”.

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A Coreia do Norte condenou esta quarta-feira um pastor protestante canadiano, de ascendência coreana, a prisão perpétua com trabalhos forçados por ter tentado derrubar o regime.

Hyeon Soo Lim foi detido pelas autoridades coreanas em Fevereiro de 2015, durante uma das muitas visitas que já vez ao país. O pastor evangélico estava envolvido em trabalho humanitário e já tinha ajudado a fundar um orfanato e um lar de idosos.

Depois da detenção, as autoridades de Pyongyang divulgaram uma confissão em que Lim assumia ter praticado crimes contra o Estado.

De acordo com a agência oficial da Coreia do Norte, durante o julgamento, o acusado admitiu ainda “não só ter difamado de forma feroz a mais alta dignidade da Coreia e o seu sistema, mas também de possuir a cruel intenção de derrubar a república através de uma conspiração antiestatal”.

As autoridades coreanas não especificam os crimes do cidadão canadiano, mas, segundo a agência noticiosa Xinhua, da China, Hyeon Soo Lim terá ajudado cidadãos da Coreia do Norte a fugir do país, nomeadamente através da Mongólia.

A acusação pedia pena de morte, mas a defesa pediu complacência para que o condenado possa “ver por si a realidade da nação do Sol enquanto cresce em poder e prosperidade”.

Hyeon Soo Lim tem mais de 60 anos e, segundo familiares e amigos, tem problemas de saúde que requerem medicação, o que levanta preocupações sobre o seu estado e a forma como reagirá a trabalhos forçados e ao sistema prisional da Coreia do Norte.

Esta não é a primeira vez que a Coreia do Norte detém cidadãos ocidentais. Em Dezembro de 2012, foi detido o americano Kenneth Bae, também de ascendência coreana, por actividades missionárias. Bae foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados, mas libertado e deportado ao final de dois anos.

O Canadá ainda não comentou oficialmente esta situação.

Embora a Coreia do Norte diga que respeita a liberdade religiosa, na verdade todas as actividades religiosas fora do controlo do Estado são severamente perseguidas e punidas.