​Ovar já tem casos importados de Lisboa e pede medidas “musculadas” para a capital
22-06-2020 - 11:41
 • João Cunha

Em declarações à Renascença, o autarca e vice-presidente do PSD, Salvador Malheiro, pergunta se haverá falta de coragem para implementar um cerco sanitário em Lisboa ou em algumas zonas da cidade.

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Lisboa está a colocar em risco o resto do país e, por isso, devem ser tomadas medidas musculadas para travar a disseminação do vírus, apela o presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro.

Em declarações à Renascença, o autarca e vice-presidente do PSD pergunta se haverá falta de coragem para implementar um cerco sanitário em Lisboa ou em algumas zonas da cidade.

“Se houve coragem para implementar um cerco sanitário num município por inteiro, quando nós tínhamos rácios inferiores àqueles que hoje se constatam na região de Lisboa, essa mesma coragem hoje deve ser demonstrada na zona da nossa capital. E não é pelo facto de ser a capital do país, é por ser a zona onde temos hoje uma rede de contágios mais descontrolada e preocupante.”

Salvador Malheiro refere mesmo que em Ovar, que esteve mais de um mês com uma cerca sanitária, já há casos importados de Lisboa.


“Há a necessidade de proteger o resto do país, da mesma forma que foi feito em Ovar a 17 de março. Nos últimos 15 dias, tivemos quatro ou cinco casos em Ovar, mas já temos casos importados de Lisboa”, alerta o autarca.

“Não deve haver dois pesos e duas medidas. Será que não estamos no momento de impor medidas mais musculadas em Lisboa ou em algumas zonas de Lisboa, perfeitamente identificadas”, apela Salvador Malheiro.

Pode ficar em causa o “trabalho extraordinário” de contenção do vírus levado a cabo noutras zonas do país, sublinha o autarca nestas declarações à Renascença.

O primeiro ministro, António Costa, reúne-se esta segunda-feira com os presidentes dos cinco municípios da área metropolitana de Lisboa que despertam maior preocupação devido ao elevado número de novos casos de covid-19 nas últimas semanas.

Entre os autarcas convocados para a reunião, que começou pelas 10h00 na residência oficial do primeiro-ministro, estão Fernando Medina (Lisboa), Basílio Horta (Sintra), Carla Tavares (Amadora), Hugo Martins (Odivelas) e Bernardino Soares (Loures).

António Costa, admite a criação de um "quadro punitivo" para quem organizar e participar em festas ilegais e ajuntamentos e volta a apelar ao cumprimento de todas as regras de segurança.

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