​Semana dominada pela palavra “sanções”
15-07-2016 - 14:32

Esta semana, a abertura do processo por défice excessivo contra Portugal, os mais recentes episódios do Brexit, a nova Primeira-ministra britânica Theresa May e a ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs foram temas que dominaram a actualidade.

Terça-feira foi aberto o precedente. A Comissão decidiu abrir um processo de sanções por défice excessivo a Portugal. O país falhou por 0,2 pontos percentuais o limite de 3%, mas o ministro das Finanças mantém que não existe qualquer “plano B” e que tudo está a ser executado dentro do previsto. Não há lugar a medidas adicionais, garante Mário Centeno.

Ainda do lado de Lisboa, António Costa não deixou de criticar o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, e dizer que não faz sentido que Portugal esteja a ser criticado por um problema que é herdado do anterior Governo, que, lembra o Primeiro-ministro “era visto como o bom aluno da Europa”. É contraditório, afirma Costa.

Resta saber que tipo de sanções serão aplicadas. Até porque a própria Comissão não parece estar a falar a uma só voz. Tanto o comissário Dombrovskis, como Moscovici, defendem que as multas a aplicar sejam “iguais a zero”.

No Reino Unido, Theresa May tornou-se na segunda mulher da história britânica a assumir o cargo de Chefe do Governo. A sucessora de Cameron no nº10 de Downing Street disse ser esta a altura de o Reino Unido “encontrar um novo papel no Mundo”.

Já Durão Barroso esteve debaixo de fogo. Ao ser escolhido como presidente não-executivo da Goldman Sachs, não escapou a inúmeras críticas e foi de frança que vieram as posições mais severas. O comissário Pierre Moscovici, em entrevista à Europe 1, lamentou “a ausência de reflexão na decisão de Barroso”. De resto, também o Presidente francês, François Hollande, criticou a decisão de Durão Barroso e disse ser uma decisão “moralmente inaceitável”: “O senhor Barroso esteve 10 anos à frente da Comissão Europeia, num momento em que tivemos uma crise causada pelos ‘subprimes’ e a Goldman Sachs foi uma das principais responsáveis; a Goldman Sachs que reencontramos na questão grega, em que aconselhava os gregos, alterou os dados que Atenas forneceu há alguns anos à UE. Verificamos uns anos mais tarde que este senhor se junta a esta empresa financeira. Juridicamente é possível, mas moralmente é inaceitável”.