Portugal mantém dois milhões de pobres por falta de políticas governamentais de inclusão, critica o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, padre Jardim Moreira.
O número de pobres em Portugal mantém-se igual há quatro décadas. Em declarações à Renascença, o padre Jardim Moreira diz que há excesso de política assistencialista e defende que está na hora de atuar e mudar.
“As políticas não têm sido políticas inclusivas, têm sido mais assistencialistas, mais curativas, do que propriamente políticas que resolvam na raiz e na origem as causas que levam as pessoas a viver com falta de habitação, menos acesso à saúde, falta de cultura, tudo isso que leva à pobreza”, afirma o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza.
“Enquanto não se mudar a estrutura que gera esta forma de viver de uma parte significativa da população as coisas não são alteradas. É necessário ter a coragem de rever uma política que gera pobres”, sublinha o responsável.
Lembra o relatório da OCDE que indica que são necessárias cinco gerações para tirar uma pessoa da pobreza em Portugal, situação que considera vergonhosa.
O padre Jardim Moreira assinou, esta quinta-feira, um protocolo com a Câmara Municipal do Funchal, que concede à Rede Europeia Anti-Pobreza um apoio de 20 mil euros para criar um programa de formação e elaborar um diagnóstico da situação no município.