Para contar aos netos
11-09-2019 - 06:15

No próximo mês o problema maior chama-se Ucrânia, e aqui já não se pode pensar que será provável encontrar as mesmas facilidades oferecidas na recente dupla jornada.

A imprensa internacional voltou ontem à noite a acordar depois de uma estranha insónia durante a qual o nome de Cristiano Ronaldo quase passava para segundo plano.

Quatro golos frente à selecção da Lituânia colocaram em êxtase muitos conceituados jornais estrangeiros, que assim voltaram aos títulos mais expressivos da noite.

Um deles, o diário espanhol AS, talvez o mais honesto a reconhecer os méritos daquele que continua a ser, para nós, o melhor jogador do mundo, tem a definição mais exuberante da actuação do madeirense: “contaremos a nossos netos o que vimos a Cristiano. É insaciável e sê-lo-à sempre. CR anotou quatro golos e agiganta a sua lenda como um dos melhores goleadores da história do futebol.”

O jogo com a Lituânia não resultou numa exibição perfeita do onze nacional.

Na primeira parte, pelo contrário, passou até por períodos marcados por algum cinzentismo, demonstrando estranha ausência de capacidade de organização frente a um adversário que se sabia claramente inferior e incapaz de travar a marcha vitoriosa do onze português.

No segundo tempo foi importante a mudança de paradigma é certo, mas para que fosse possível ir rapidamente além do pequeno susto, o contributo de Cristiano tornou-se decisivo.

Lutou, bateu-se, não fugiu ao jogo de conjunto, e juntou três golos àquele que já trazia da primeira parte, tornando assim possível ter atingido um patamar sem paralelo na Europa.

No próximo mês o problema maior chama-se Ucrânia, e aqui já não se pode pensar que será provável encontrar as mesmas facilidades oferecidas na recente dupla jornada.

Porém, ficou mais uma vez confirmado que no grupo em que estamos integrados não há uma selecção que se passa comparar, em qualidade, àquela que é comandada por Fernando Santos.