Vacinação dos 12 aos 15 anos. Continente criou "polémica bizantina", diz Miguel Albuquerque
03-08-2021 - 20:37
 • Pedro Mesquita (entrevista) , André Rodrigues (texto)

Líder regional insiste que a vacinação é a medida acertada e, apontando o dedo ao Governo central, considera “penoso que os decisores políticos não tomem decisões e fiquem à espera de ouvir toda a gente, que é uma forma cómoda de não assumir responsabilidades”.

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O presidente do Governo Regional da Madeira acusa os decisores políticos de não quererem assumir as suas responsabilidades em matéria de vacinação dos jovens entre os 12 e os 15 anos.

Em causa estão as posições antagónicas do Governos central e regional quanto à decisão de avançar com a imunização deste grupo etário.

A Madeira decidiu avançar com a vacinação de adolescentes e Miguel Albuquerque diz que a situação vivida no continente é uma “polémica bizantina”.

O líder regional diz, aliás, que não entende a decisão da tutela central.

Partindo do exemplo da região autónoma, onde “temos 1.630 jovens ou mais com idades inferiores a sete anos infetados” e “metade da taxa que temos de infetados, são jovens com menos de 17 anos”, Albuquerque conclui que “a solução é a vacina, porque está em causa a saúde dos jovens e a possibilidade de propagação a outras faixas etárias”.

“Não estou a perceber essa questão bizantina à portuguesa, que é uma coisa que adoram fazer no país. Por isso é que o país vai ficando para trás e nunca se decide nada”, critica.

Por outro lado, Miguel Albuquerque critica a postura do Governo central e considera “penoso que os decisores políticos não tomem decisões e fiquem à espera de ouvir toda a gente, que é uma forma cómoda de não assumir responsabilidades”.

O presidente do executivo madeirense lembra que, graças à autonomia regional, tem sido possível tomar as “decisões adequadas” a cada momento da pandemia.

“Fomos os primeiros a adotar a máscara. Houve, até, uma grande contestação nacional quando adotámos essa situação e, depois, o continente adotou. Em fevereiro, tínhamos sido alertados pelas instâncias internacionais que esta pandemia podia ter consequências devastadoras para a saúde pública e, por isso, em fevereiro, fomos a primeira região a ter um plano aprovado”, lembra Miguel Albuquerque.

“As decisões que tomámos tiveram consequências positivas, mas podiam ter tido consequências negativas. Agora, estar a ouvir toda a gente e não decidir nada vai atrasando o processo”, conclui.