Mais de 50% das instituições de acolhimento de crianças são cristãs
20-11-2015 - 13:35

Algumas instituições cristãs já manifestaram preocupação com a legalização da adopção por parte de homossexuais, em que poderão vir a estar envolvidas, mesmo que indirectamente.

Mais de metade das instituições em Portugal continental que acolhem crianças e jovens que podem ser adoptados são oficialmente cristãs.

Segundo os dados da Segurança Social, existem 355 instituições oficialmente cristãs, entre Centros de Acolhimento Temporário, que acolhem normalmente crianças por um período até seis meses, e Lares de Infância e Juventude, que acolhem crianças e adolescentes em situação de perigo por períodos acima de seis meses.

Segundo a recolha feita pela Renascença, destas instituições 181 assumem uma identidade cristã, ou seja, mais de metade.

As crianças são colocadas nas instituições pela Segurança Social e é essa instituição que dirige todo o eventual processo de adopção, incluindo a selecção das famílias de adopção. Mas algumas instituições cristãs já manifestaram preocupação com a legalização da adopção por parte de homossexuais, em que poderão vir a estar envolvidas, mesmo que indirectamente.

Se o panorama geral do continente é este – não foi possível obter dados detalhados sobre as regiões autónomas –, nalguns distritos o peso das instituições cristãs, sejam católicas, protestantes ou simplesmente de identidade assumidamente cristã, mas não ligadas a nenhuma igreja em particular, é muito maior.

Há três distritos, Bragança, Castelo Branco e Viseu, em que 100% das CAT são cristãs e em pelo menos 10 distritos representam 50% ou mais das instituições no terreno. Lisboa e Porto são dos distritos em que a proporção é menor, para além de Beja que tem apenas uma, que é secular.

Com os Lares de Infância e Juventude a desproporção é maior. Em 14 distritos 50% ou mais das instituições são cristãs. As excepções são Lisboa, Castelo Branco, Viana do Castelo e Bragança.

Grande parte das instituições pertence às Santas Casas da Misericórdia, que fora de Lisboa pertencem todas à Igreja Católica, outras são geridas directamente por centros paroquiais. Há uma mão cheia de instituições ligadas a igrejas protestantes e depois, existem instituições que não estando directamente sujeitas à hierarquia da Igreja têm uma identidade assumidamente cristã.