Ministro nega caos no SNS e anuncia concurso para médicos recém-especialistas
10-01-2018 - 20:18

Adalberto Campos Fernandes admitiu no Parlamento que há momentos de ruptura, mas isso não acontece sempre, e convidou os deputados a irem ao terreno.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, desmentiu esta quarta-feira os deputados do PSD e CDS que dizem haver nesta altura uma situação de caos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), devido à pressão causada por doentes com gripe.

Num debate promovido pelo PCP, Adalberto Campos Fernandes admitiu que há momentos de ruptura, mas isso não acontece sempre.

O ministro da Saúde convidou mesmo os deputados a visitarem os centros de saúde sem aviso prévio, para verem com os próprios olhos como tudo funciona normalmente.

CDS, PCP e Bloco de Esquerda questionaram o ministro sobre os atrasos na abertura dos concursos de cerca de 700 médicos que concluíram a especialidade em Abril e em Outubro do ano passado.

O governante respondeu que o concurso para jovens médicos vai ser lançado dentro de dias, sem especificar datas.

“É bom que os portugueses percebam que esses médicos estão todos a trabalhar, são internos de especialidade que terminaram a sua especialidade e estão a trabalhar. Falta tomar posse enquanto especialistas na posição remuneratório adequada”, sublinha Adalberto Campos Fernandes.

A Ordem dos Médicos emitiu esta quarta-feira uma nota em que considerava uma vergonha nacional a não abertura destes concursos para os cerca de 700 especialistas.

Segundo avançou o bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, os concursos para os profissionais que concluíram o internato em Abril deveriam ter sido abertos um mês depois, ou seja, há um atraso de cerca de oito meses.

"Mais uma vez isto ocorre por condicionalismos provocados pelo Ministério das Finanças. As Finanças estão de facto a controlar completamente a saúde e isto é mau para os portugueses", considerou.

O representante dos médicos frisa também que estes atrasos já fizeram ao SNS perder muitos destes jovens especialistas, que optaram por ir trabalhar para o sector privado ou para países estrangeiros.