Álvaro Beleza aponta sucessor de Pedro Nuno Santos no Governo
29-12-2022 - 23:26
 • Pedro Mesquita , com redação

Em declarações à Renascença, o socialista Álvaro Beleza refere que, no lugar de António Costa, apostaria numa fusão dos ministérios das Infraestruturas e do Ambiente. Já João Soares afasta o cenário de instabilidade política.

O socialista Álvaro Beleza aponta Duarte Cordeiro como sucessor de Pedro Nuno Santos no Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Em declarações à Renascença, Álvaro Beleza refere que, no lugar de António Costa, apostaria numa fusão dos ministérios das Infraestruturas e do Ambiente, com Duarte Cordeiro a assumir as funções de Pedro Nuno Santos.

“Eu acho que há ministérios a mais. É mais fácil coordenar dez do que coordenar 15. Eu acho que há áreas da governação que deveriam estar juntas. Por exemplo, esta da Infraestruturas e da Habitação podiam, perfeitamente, ficar com o Ministério do Ambiente, que tem um ótimo ministro, o Duarte Cordeiro, que tem feito um bom trabalho”, defende o presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social.

“Não vejo porque não [Duarte Cordeiro acumular as Infraestruturas], porque eu defendo não só a fusão nesta área como noutras. Na Saúde e na Solidariedade, acho que há áreas que deviam estar todas juntas, como foi demonstrado na pandemia temos que cuidar das pessoas desde que nascem até que morrem. Eu faria isso”, argumenta Álvaro Beleza.

O socialista defende um Governo com menos ministérios e considera que é preciso “mais escrutínio e cuidado” na escolha dos nomes para integrar o Governo.

Na ressaca da demissão de Pedro Nuno Santos e da secretária de Estado do Tesouro, Alexandre Reis, na sequência da indemnização paga pela TAP, Álvaro Beleza considera que este acaba por ser um ano terrível, apesar da maioria absoluta, do crescimento económico e das contas certas.

“Isto é uma situação difícil, é grave. Este foi o ano em que o PS teve uma maioria absoluta, um ano de crescimento económico, de contas públicas em ordem e, com estas demissões todas, acaba por ser um pouco um annus horribilis. É claro que isto é uma ferida, mas penso que o Governo há pouco tempo foi sufragado pelos portugueses”, conclui Álvaro Beleza.


João Soares afasta "instabilidade política"

O socialista João Soares declara-se triste com as últimas demissões no Governo e recomenda mais ponderação, coordenação política e atenção aos currículos das pessoas convidadas para o executivo.

Em entrevista à Renascença, João Soares desmente a existência de instabilidade governativa.

“Eu não quero diminuir a importância daquilo que se passou nos dias mais recentes, mas eu não creio que tenha havido nenhuma espécie de instabilidade política, pelo contrário, tem havido uma certa tranquilidade neste plano”, começa por referir o antigo presidente da Câmara de Lisboa.


“Tem havido é pequenos incidentes no sentido de que são coisas que acontecem um pouco por todo o lado. Estou muito atento ao que se passa nas outras opiniões públicas do mundo, nomeadamente da Europa, e temos coisas muitíssimos piores do que aquilo que acontece em Portugal”, desvaloriza.

João Soares considera, até, que a saída de Pedro Nuno Santos foi excessiva.

“Também acho que, muitas vezes, as saídas dos ministros nestas circunstâncias, e estou a pensar no caso concreto de Pedro Nuno Santos, parece-me um pouco excessiva, porque a responsabilidade que ele assumiu nesta questão é uma muitíssimo secundária, comparando com o primeiro incidente [anúncio de um novo aeroporto e desautorização pelo primeiro-ministro], em que a credibilidade dele enquanto ministro tinha sido ferida, mas permanece até agora no Governo, e em relação ao ministro das Finanças, Fernando Medina. Não é uma pequena coisa dizermos que temos as contas públicas equilibradas.”

Questionado sobre as 11 saídas do Governo no espaço de nove meses, João Soares preferia que não tivessem acontecido, mas afirma que “as demissões agora são quase uma panaceia”.