A Comissão Nacional de Eleições (CNE) ainda não foi chamada a pronunciar-se sobre a possibilidade de as eleições autárquicas serem em dois dias, como admite o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Em declarações à Renascença, o porta-voz da CNE, João Tiago Machado, diz que a questão ainda não foi abordada com o Governo.

A CNE ainda não tem posição oficial, mas João Tiago Machado defende que, na sua opinião, era melhor dois dias seguidos, do que em dois fins de semana.

“Isto sou eu a falar, porque a Comissão ainda não foi chamada. Creio que seria mais útil e vantajoso, até em termos logísticos, e também por respeito a todos os eleitores que ficam condicionados naquele fim de semana para irem votar, que fossem realizadas eleições em dois dias seguidos”, afirma o porta-voz da CNE, a título pessoal.

Para João Tiago Machado, esta solução é a melhor para “os eleitores ficam formatados de que aquele é o fim de semana em que se vota” e, do ponto de vista logístico, para as escolas que “vão transformar salas de aula em assembleias de voto”.

A questão da logística das eleições não é da competência da CNE, lembra João Tiago Machado em declarações à Renascença.

Em parecer enviado esta semana ao Parlamento, a Comissão Nacional de Eleições manifestou reservas ao adiamento de eleições proposto pelo PSD, por 60 dias. A Associação Nacional de Municípios também está contra esse adiamento e promete voltar a analisar a proposta do Governo, numa reunião marcada para a próxima terça-feira.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, admite a possibilidade das eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro, se realizarem em dois fins de semana devido à pandemia de covid-19.

Em entrevista à agência Lusa, Eduardo Cabrita disse que nas eleições autárquicas "não está previsto o voto antecipado", mas existe "abertura para ponderar modelos", sendo "a distribuição do voto entre dois fins de semana perfeitamente possível".