“Seria arrogância dizer que o Paços quer a Europa”
31-05-2022 - 10:00
 • Carlos Dias

Em entrevista à Renascença, depois de ter alcançado o objetivo da época em Paços de Ferreira, César Peixoto diz estar no sítio certo para consolidar a sua carreira. Europa até pode ser conquistada na próxima época, mas não é meta obrigatória para o clube.

Depois de ter evitado a descida de divisão do Paços de Ferreira, e ter renovado pelo clube, César Peixoto acredita que na próxima temporada a equipa pode render mais e subir na tabela, mas recusa falar de uma candidatura europeia.

O treinador, de 42 anos, entrou em dezembro no Paços para substituir Jorge Simão. A recuperação permitiu terminar a I Liga no 11.º lugar da classificação. Depois de Varzim, Académica, Chaves e Moreirense, César Peixoto reconhece que o Paços de Ferreira é o clube perfeito para continuar a sua afirmação numa carreira de treinador, que deseja ter mais sucesso que a de jogador.

Em entrevista a Bola Branca, César Peixoto faz o balanço da temporada, mostra confiança na próxima por estar num clube que dá todas as condições para o sucesso e admite que não esquece que o Paços de Ferreira é conhecido por lançar treinadores. Basta ver os exemplos de Rui Vitória e Paulo Fonseca.

Como está a correr o seu trabalho no Paços de Ferreira?

Sinto-me muito bem, foram meses difíceis, conseguimos fazer uma boa recuperação, mas sobretudo encontrei um clube estável que tem todas as condições, que evoluiu muito nos últimos 10 anos.

Fiquei extremamente admirado, pela positiva, com as condições que temos. A época acabou por correr bem porque existia o mais importante, a qualidade dos jogadores, as condições de trabalho, o bom ambiente, a estabilidade e depois foi trabalhar e conseguir o objetivo que era alcançar a manutenção na I Liga.

Para a próxima temporada, o Paços pode assumir uma candidatura a um lugar europeu?

Na próxima época o Paços vai entrar com o mesmo espírito de conquista, de querer lutar para vencer todos os jogos, de jogar de igual para igual, independentemente do adversário. Agora, a Europa não tem de ser um objetivo assumido à partida, até porque esta época o Paços foi à Europa e quando cheguei estava nos lugares para não descer.

O campeonato é muito competitivo, há equipas do mesmo nível que têm outro tipo de investimento para ir ao mercado. Estar aqui a dizer que para o ano é para as provas da UEFA, penso que seria arrogância e até desvalorizar os adversários.

Já sabe se vai contar com o Stephen Eustáquio na próxima temporada?

Essa é uma questão a que não sei responder. Essa é uma questão do presidente e com a administração, não é do meu âmbito. O Stephen não está no clube, só fez dois ou três jogos comigo a treinador e depois foi emprestado ao FC Porto.

E o César Peixoto, decerto que tem ambições como treinador?

O Paços de Ferreira é um clube que para além de lançar jogadores, também lança treinadores e que dá todas as condições de trabalho e esse é o foco, o de crescer.

Tenho muito para aprender e o meu caminho é neste momento fazer um bom trabalho no Paços de Ferreira, porque se não fizer um bom trabalho neste clube não me adianta ter muitas ilusões.

O Paços de Ferreira é o clube perfeito para esta fase da minha carreira, para a idade que eu tenho [42 anos], para a experiência que eu tenho e para fazer um bom trabalho como fiz na época anterior.