Marcelo recebe fundador da Comunidade de Santo Egídio com Moçambique na agenda
17-05-2016 - 10:30
 • Aura Miguel

Andrea Riccardi está em Lisboa e falou à Renascença. A Comunidade de Santo Egídio mediou o conflito moçambicano, mediação que culminou no acordo de paz assinado em 1992, em Roma.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve este mês em Moçambique, reúne-se esta terça-feira com o fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andrea Riccardi. Na agenda está a nova crise entre Renamo e Frelimo naquele país africano.

A Comunidade de Santo Egídio foi, em 1992, a mediadora para a paz em Moçambique e está, desde então, no terreno com elementos espalhados por algumas cidades e aldeias.

“A Comunidade de Santo Egídio trabalha sobre os temas da guerra e do diálogo para a paz e Moçambique é exemplo disso, com a paz alcançada em 1992, na sede de Santo Egídio, depois de uma terrível guerra que durou muitos anos e fez um milhão de mortos”, diz à Renascença Andrea Riccardi.

"Sei que existe em Moçambique uma situação tensa. A paz durou mais de 20 anos, mas agora é preciso encontrar um novo equilíbrio. É esta a realidade fundamental. É um momento delicado”, afirma.

O fundador desta comunidade católica de leigos reconhece o papel de Portugal na vida externa e interna de Moçambique e sublinha a importância da recente visita que o Presidente da República fez ao país.

Desde que foi eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, nas duas vezes que esteve em Roma – primeiro, quando visitou o Papa e depois, quando se encontrou com o Presidente italiano – manteve contactos com a Comunidade de Santo Egídio, sempre para tratar da questão Moçambique.

Sobre o papel de Portugal, Andrea Riccardi diz que “é sempre importante na história de Moçambique, não só no plano externo, mas também interno. E, como em todas as realidades internas, é muito amado, e sentido, mas às vezes ainda pesa a memória do passado colonial”.

Em 1992, o acordo de paz conseguido pela comunidade foi então assinado em Roma, na sede deste organismo católico.