Presidência portuguesa marcada pela pandemia
08-01-2021 - 15:24
 • Pedro Caeiro

No primeiro Visto de Bruxelas do ano, analisamos a presidência portuguesa da União Europeia e a resposta comunitária à pandemia, nomeadamente no que respeita à vacinação.

A compra de mais 300 milhões de doses da Pfizer foi anunciada por Ursula Von der Leyen. As primeiras entregas chegam no segundo trimestre. O resto até ao final do ano. É um reforço que permite vacinar a esmagadora maioria da população europeia.

Para vencer a pandemia é preciso vacinar o maior número de pessoas o mais rapidamente possível, lembrou a presidente da Comissão, que reforçou o facto de se tratar de um processo vinculativo (a 27), deixando um aviso para eventuais contratos paralelos, caso haja a tentação de alguns países para comprar vacinas à margem de Bruxelas.

Charles Michel esteve na abertura da presidência portuguesa no início da semana em Lisboa e disse que a vacinação em larga escala é um grande desafio. António Costa disse que o calendário pode sofrer alterações - uma vez que há atrasos na entrega dos laboratórios - mas que é preciso saber “gerir a ansiedade”, porque todos os europeus estão “fartos” desta ameaça.

Na opinião do especialista da Renascença em Assuntos Europeus, Francisco Sarsfield Cabral, a pandemia veio prejudicar a presidência portuguesa, na medida em que “muitas reuniões que seriam presenciais no nosso país terão de ser feitas à distância” e o recente adiamento da vinda do presidente do BCE é um exemplo disso. Sarsfield Cabral recorda que, quando estava a trabalhar para a Comissão Europeia, numa presidência portuguesa em 1992, vieram todos os comissários e que, desta vez, virá apenas a presidente Von der Leyen e seis comissários. Realidades diferentes em tempos diferentes.