Reduzir emissões não chega, diz Vaticano em mensagem para a Cimeira do Clima
25-01-2021 - 16:13
 • Filipe d'Avillez

A Cimeira decorre entre os dias 25 e 26 de janeiro e este ano realiza-se inteiramente online.

Reduzir as emissões de gases poluentes não chega, avisa o Vaticano, numa mensagem enviada esta segunda-feira para a Cimeira do Clima.

A Cimeira começou esta segunda-feira e termina na terça.

Numa mensagem em vídeo o cardeal Parolin, secretário de Estado da Santa Sé, pede que seja dada atenção especial aos mais vulneráveis que contribuem menos para as alterações climáticas, mas acabam por sofrer mais.

“A redução de emissões de gases com efeito estuda e atividades de mitigação são necessárias, mas insuficientes. Estas iniciativas são complementares aos compromissos que se focam em fortalecer a adaptação e a resiliência”, diz Parolin.

“Este é um imperativo moral e humanitário, sobretudo porque as maiores consequências negativas das alterações climáticas tendem a afetar os mais vulneráveis: os pobres e as gerações futuras. Os pobres são os menos responsáveis pelo aquecimento global, mas são os que têm maior probabilidade de serem afetados, uma vez que têm menos capacidades de adaptação e tendem a viver em locais que estão particularmente sujeitos ao risco.”

Para poder fazer frente a estas ameaças é necessário trabalhar em conjunto, continua o secretário de Estado do Vaticano, recordando as palavras do Papa Francisco nesse sentido, pedindo que se evite a todos os custos o caminho da “autossuficiência, nacionalismo, protecionismo, individualismo e isolamento”.

“Estamos perante um desafio monumental para o benefício do bem comum. Não temos alternativa se não fazer todos os esforços para implementar uma resposta coletiva sem precedentes, com o objetivo de trabalharmos em conjunto para construir a nossa casa comum”, conclui o Cardeal.

O Papa Francisco tem feito das preocupações climáticas uma das grandes causas do seu pontificado.