“Seria inacreditável não levar a sério Donald Trump”, alerta Olivier Bonamici no arranque do Visto de Fora, na Renascença.
Comentando as declarações de Donald Trump, há uma semana, o jornalista francês considera que o ex-Presidente norte-americano está a dizer o que pode mesmo vir a fazer, se for reconduzido à Casa Branca, nas eleições de novembro.
No entanto, Bonamici sublinha a “hipocrisia inacreditável” dos argumentos de Trump. Se, por um lado, reconhece que os Estados Unidos são o país da NATO que mais investe em armamento, por outro lado, que “é uma vergonha que os europeus comprem armas americanas”.
“Acho que, de certa forma, é também uma vitória da visão de Macron, que sempre foi um defensor da autonomia estratégica ao nível da defesa”, remata.
Já sobre as declarações de Vladimir Putin, que esta semana manifestou preferência pela eleição de Joe Biden, por causa da sua experiência política, revela “ironia e cinismo” por parte do líder russo, aponta Begoña Iñiguez.
No Visto de Fora desta semana, os dois comentadores falaram, também do estudo sobre a geografia do descontentamento que indica que os portugueses estão entre os menos eurocéticos dos europeus. A exceção que contraria a tendência está no mundo rural e, sobretudo no Alentejo, mas por razões que se prendem com o isolamento e com a falta de respostas por parte do Estado central.
Begoña e Olivier concordam que os resultados das próximas eleições, legislativas e europeias, poderão traduzir esse sentimento.
Enquanto isso, na Galiza, o PP pode perder uma histórica maioria absoluta que dura há 15 anos no parlamento regional, caso os eleitores confirmem a tendência expressa pelas sondagens que dão a segunda posição ao Bloque Nacionalista Gallego (BNG).
No plano nacional, os dois comentadores do Visto de Fora dão nota positiva a Luís Montenegro que dá sinais de subida nas sondagens, estando mesmo à frente de Pedro Nuno Santos.
E consideram, também, que o Chega está a conseguir passar a mensagem para o eleitorado, com uma comunicação bastante eficaz.
Já sobre os números do Turismo em Portugal, são positivos, mas voltam a revelar uma excessiva dependência da economia face a este setor.
Além de que, segundo os comentadores, está a descaracterizar as cidades.