“Corremos o risco salvar o planeta e perder a democracia para a extrema-direita”
29-06-2022 - 10:00
 • Olímpia Mairos

Comentador analisa o plano, aprovado pelos 27, que impede a venda de novos veículos movidos a gasóleo ou a gasolina a partir de 2035.

O comentador d’As Três da Manhã concorda com a proposta portuguesa de adiar para 2040 o plano que impede a venda de novos veículos a gasóleo ou a gasolina.

Os 27 Estados-membros da União Europeia aprovaram um plano que impede a venda de novos veículos movidos a gasóleo ou a gasolina a partir de 2035.

Henrique Raposo alerta que quem vai pagar os custos da medida são as famílias que já estão apertadas.

“Nós corremos o risco salvar o planeta e perder a democracia para a extrema-direita”, alerta, dando como exemplo a revolta popular, em França, quando Macron cortou aos impostos sobre gasóleo.

“Foi, obviamente, uma revolta popular que tinha um fundo justo, mas foi imediatamente aproveitada pela extrema-direita”, assinala.

Além disso, refere que tem sérias dúvidas de que o carro elétrico seja mais ecológico que o carro a gasolina.

“No stand com zero quilómetros, o carro elétrico já polui mais do que o a gasolina, porque é mais difícil de fazer e é um desastre ambiental do qual não se fala que são as minas”, diz, acrescentando que “as minas de cobalto, no Congo, são um desastre ambiental e humanitário” pois “tem crianças escravas a trabalhar lá”.

Henrique Raposo sinaliza ainda um outro problema a jusante e que se prende com as baterias.

“O que fazemos a tantas baterias?”, questiona, concluindo que “vamos contaminar o solo e a água com as baterias”.

Uma outra contradição apontada pelo comentador prende-se com o facto de existirem atualmente carros elétricos alimentados a centrais de carvão.

O comentador diz também não perceber o combate que se faz aos carros quando estamos cercados por navios, paquetes e aviões que poluem muito mais.

“Não bate a bota com a perdigota”, remata.