Não é proibido nem existe qualquer problema em cozinhar com colheres de pau. Quem o diz é o inspector-geral da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Convidado do programa Carla Rocha – Manhã da Renascença nesta quarta-feira, Pedro Portugal Gaspar explica que, “tal como outro utensílio qualquer”, a utilização da colher de pau só é desaconselhada “quando põe em risco a segurança alimentar”.
“Se estiver rachada ou com restos de partículas que vão ficando, é óbvio que não pode ser utilizada, assim como a [colher] de inox”, exemplifica.
A polémica da utilização de colheres de pau nos restaurantes surgiu em 2014, quando alguns estabelecimentos foram suspensos. Já na altura, a ASAE esclareceu que a decisão se devia à falta de condições de higiene e não, propriamente, à utilização de colheres de pau – posição agora reiterada pelo dirigente do organismo.
Já sobre as bolas de Berlim, outro tema que deu de falar na opinião pública, Pedro Gaspar preferiu reiterar que gosta delas, com ou sem creme, e que todas podem ser vendidas na praia.
11 anos produtivos
Após 11 anos de actividade, a ASAE regista uma maior taxa de cumprimento. O inspector-geral da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica diz que o comportamento dos agentes económicos pode ser dividido em duas fases distintas.
“Nos primeiros cinco anos, a taxa média de incumprimento situou-se acima dos 25%; nos últimos cinco anos, situa-se constantemente abaixo dos 25%”, explica.
“O último ano até foi o mais baixo de sempre, com 18%”, destaca.
Pedro Portugal Gaspar elogia também alguma mudança de mentalidades por parte de juízes e empresários, o que já permitiu doar, por todo o país, 10 mil peças apreendidas nas várias acções da ASAE.