Decretado Dia de Luto Nacional em homenagem a Carlos do Carmo
01-01-2021 - 12:41
 • Renascença

Mestre do fado morreu esta sexta-feira, após 81 anos de vida e 58 de carreira. Segunda-feira é dia de luto nacional por Carlos do Carmo.

O Governo decretou um Dia de Luto Nacional pela morte do cantor Carlos do Carmo. A homenagem está agendada para a próxima segunda-feira, 4 de janeiro, anuncia o gabinete do primeiro-ministro, António Costa.

"É com extrema consternação e profundo pesar que o Governo tomou conhecimento do falecimento de Carlos do Carmo e decidiu decretar um Dia de Luto Nacional a concretizar-se na próxima segunda-feira, 4 de janeiro de 2021", refere a nota oficial.

O Governo apresenta condolências à família e amigos e vai também propor ao Presidente da República a atribuição a Carlos do Carmo da Ordem da Liberdade, a título póstumo, "pelo determinante papel que teve na renovação do fado".

Na próxima terça-feira, dia 5 de janeiro, no espetáculo de abertura da Presidência Portuguesa da União Europeia, o Governo prestará uma homenagem nacional a Carlos do Carmo, refere o comunicado do primeiro-ministro.

O fadista Carlos do Carmo morreu esta sexta-feira, no primeiro dia de 2021, aos 81 anos. O cantor tinha dado entrada ontem no Hospital Santa Maria com um aneurisma.


Foi o primeiro artista português a conquistar um Grammy. Carlos do Carmo foi galardoado com o Grammy Latino de Carreira, em 2014.

O seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, do 'Canecão', no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

O fadista celebrizou canções como "Bairro Alto", "Fado Penélope", "Os Putos", "Um Homem na Cidade", "Uma Flor de Verde Pinho", "Canoas do Tejo", "Lisboa, Menina e Moça".

Carlos do Carmo despediu-se dos palcos no passado dia 9 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, tendo recebido na altura a Medalha de Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, pelo seu "inestimável contributo" para a música portuguesa.

Numa mensagem de condolências publicada na rede social Twitter, o primeiro-ministro afirma que Carlos do Carmo foi um renovador do fado e preparou a música para o futuro.

“Carlos do Carmo não era só um notável fadista, que o público, a crítica e um Grammy consagraram. Um dos seus maiores contributos para a cultura portuguesa foi a forma como militantemente renovou o fado e o preparou para o futuro”, escreveu António Costa numa mensagem publicada na rede social Twitter.

“Fazendo eco das palavras que cantou no “Fado da Saudade”: “Mas com um nó de saudade, na garganta/ Escuto um fado que se entoa, à despedida” de um grande amigo”, sublinha o primeiro-ministro.