O ministro do Mar anuncia, em entrevista à Renascença, o aumento da quota de pesca da sardinha para um total de 6.300 mil toneladas até 31 de julho, o que representa um aumento de 1.300 toneladas face aos limites máximos de captura fixados em 2019.
"Portugal e Espanha seguiram o parecer científico e até 31 de junho estabeleceu-se uma quota de 9.500 toneladas, das quais Portugal cederá 6.300 e estará na pesca de 1 a 31 de junho", detalha Ricardo Serrão Santos.
Depois de vários anos em que a pesca da sardinha esteve desaconselhada, o ministro revela que o plano de recuperação traçado em conjunto com a Espanha está agora a dar frutos.
Covid-19 não infeta pescadores, mas afeta a economia
Ricardo Serrão Santos informa que não há qualquer caso de Covid-19 no setor da pesca: "Em termos de contaminação, até á data, é inexistente, tirando alguns casos suspeitos que deram negativo. Não sei se é um golpe de sorte ou se foram os planos de contingência adotados pela pesca".
A nível económico, o ministro diz que a pandemia "atinge a sociedade e a economia portuguesa na sua globalidade", no entanto, revela as medidas implementadas e anuncia que não existiu "lay-off" no setor.
"Lançámos um conjunto de medidas. Negociámos com a Comissão Europeia emendas profundas ao fundo europeu para poder compensar os pescadores pela cessões temporárias, que se prende com a possível perda de valor do pescado. E lançámos linhas de crédito que ainda estão a ser negociadas com os bancos", diz.
Pescadores aplaudem aumento da quota
O setor da pesca está satisfeito com o aumento da quota de pesca da sardinha até julho, mas esperam que sejam garantidas condições para que o setor mantenha a atividade até perto do final do ano.
Ouvido pela Renascença, Humberto Jorge, Presidente da Associação de Produtores da Pesca do Cerco fica satisfeito com o aumento.
"É um aumento que reflete a melhoria significativa do recurso, um aumento muito grande da biomassa, da abundância da sardinha em águas ibéricas, nomeadamente nas águas portuguesas. É positivo e normal tendo em conta a melhoria. É motivo de regozijo e contentamento
O presidente da associação diz que o aumento da quota vem dar razão ao aumento da biomassa que os pescadores defendiam: "Tinham dito que 15 anos sem pescar poderia não recuperar a sardinha, estes últimos cruzeiros científicos vêm provar o que já dissemos".
"São quotas até 31 de julho. O que o setor espera é que sejam definidas possibilidades de pesca para o resto do ano, que reflitam ainda mais a recuperação e abundância do recurso nas nossas águas. Espero que o ministro hoje deixe isso bem claro, para que não existam mais nuvens negras sobre esta atividade", termina.