Festa do Avante. “Não haverá exceções” nem "tratamento especial", diz Marta Temido
12-08-2020 - 14:53
 • Fábio Monteiro

Segundo a ministra da Saúde, ninguém entenderia que fosse concedida à festa do PCP um “tratamento especial”, mas também ninguém perceberia se fossem impostos “deveres excecionais”.

Veja também:


A Direção-Geral da Saúde (DGS) tem vindo a realizar um “trabalho técnico” em conjunto com a comissão organizadora da Festa do Avante, mas “não haverá exceções” por questões políticas, frisou Marta Temido, ministra da Saúde, em conferência de imprensa esta quarta-feira. “Não vamos proibir aquilo que está permitido, nem permitir aquilo que está proibido”, disse.

Segundo a ministra, ninguém entenderia que fosse concedido à festa do PCP um “tratamento especial”, mas também ninguém perceberia se fossem impostos “deveres excecionais”.

Questionada sobre a lotação do evento para este ano, Marta Temido não adiantou nenhum número. Disse apenas que os 100 mil “de que se fala” é a lotação máxima do espaço e para o qual “está licenciado”, referindo que "é evidente que teremos de falar de outros números”.

“Compreendo que se fale de um número de 100 mil, na medida do que será a licença de utilização, mas estamos num momento específico, num contexto específico”, adiantou.

Rui Portugal, subdiretor-geral da Saúde, repetiu as palavras da ministra e sublinhou que o Avante é “um evento muito complexo”, devido a todas as necessidades que é preciso acautelar. O responsável da DGS adiantou também que estão a ser trocadas perguntas e esclarecidas dúvidas entre os promotores do festival e a DGS.

Questionado pela agência Lusa sobre que medidas serão implementadas para garantir o cumprimento das normas, o PSP escusou-se hoje a adiantar mais informações, falando numa matéria do "foro do relacionamento" entre o partido e aquela entidade.

“As matérias que estão em exame com a Direção-Geral da Saúde são do foro do relacionamento entre essa entidade e o PCP”, disse fonte oficial.

Lares “são uma das maiores preocupações”

Apesar de o número de surtos em lares estar a decair, as estruturas residenciais para idosos são “uma das maiores preocupações” para o Governo e DGS, diz a ministra da Saúde. A governante não falou sobre o caso particular de Reguengos de Monsaraz, mas afirmou ser necessário apurar responsabilidades.

De acordo com números avançados por Marta Temido, o número de surtos em lares, a 11 de abril deste ano, era de 360; já a 11 de agosto, havia registo de 69.

“Baixa letalidade”

Ao nível europeu, “Portugal é um dos países que se tem destacado pela baixa letalidade”, sublinhou Marta Temido. “Estamos a enfrentar um inimigo difícil”, mas o objetivo último de não ocorrerem mortes por Covid-19 “é concretizável”.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional Ricardo Jorge, o Índice de Transmissibilidade efetivo (RT), para os dias entre 3 e 7 de agosto, situa-se nos 0,99. Apesar de estar abaixo de 1, “a tendência decrescente dos últimos dias está a ter uma ligeira inversão”.

Já taxa de incidência de novos casos dos últimos sete dias é de 13,4 por cada 100 mil habitantes; nos últimos 14 dias, é de 25,4 por 100 mil habitantes.