A Taça é mesmo assim
23-11-2018 - 06:50

Ontem à noite, no estádio da Luz, não houve surpresa, mas houve susto, e de grande tamanho.

Ao longo de décadas, a Taça de Portugal tem sido com frequência uma autêntica caixinha de surpresas. Não foram raras as vezes em que os mais fortes baquearam aos pés dos mais fracos, causando enormes surpresas e fazendo as delícias daqueles nunca se atrevem a fazer previsões de risco.

Benfica, Sporting e FC Porto já por diversas vezes caíram perante adversários atrevidos, que mesmo reconhecendo-se mais fracos lutam até ao último minuto de cada jogo para poderem inscrever o seu nome na história do nosso futebol.

Ontem à noite, no estádio da Luz, não houve surpresa, mas houve susto, e de grande tamanho.

É que a equipa de Rui Vitória apenas aos 93 minutos de jogo conseguiu atirar ao tapete um Arouca, que entrou naquele majestoso recinto lisboeta determinado a bater o pé ao gigante que raramente encontrou a fórmula exacta para se sair airosamente do imbróglio.

O Benfica alinhou com um onze de primeira, mas acabou fazendo uma exibição medíocre, de mau augúrio para o desafio mais difícil que vem aí, frente ao Bayern de Munique, após o qual ficará traçada a sorte dos lisboetas na próxima campanha europeia.

Ao contrário, merece relevo a actuação dos arouquenses que não mereciam aquele golpe final, quando os seus jogadores já olhavam para o prolongamento como uma certeza.

Fica, portanto, o aviso ao Sporting e ao Futebol Clube do Porto, também eles favoritos para os embates com o Lusitano de Vildemoínhos e Belenenses no próximo sábado à tarde e à noite.

Para proveito de ambos, bom será que não esqueçam que é necessário confirmar em 90 ou 120 minutos esse estatuto com que entram em campo, não se esquecendo que se trata de jogos da Taça de Portugal, onde, com grande assiduidade, os “David” derrubam os “Golias”, confirmando assim o encanto de que se revestes sempre a competição mais democrática do futebol português.