Paddy Cosgrave.“Rui Pinto? Não vejo porque não convidá-lo para a Web Summit em 2021”
26-11-2020 - 07:30
 • José Pedro Frazão

O homem forte da maior conferência digital do mundo admite que o português pode ser um orador com interesse para a próxima edição e garante que não repete demasiados nomes no alinhamento das cimeiras. A Web Summit diz-se uma mera "plataforma de media" deixando a tarefa de mudar o mundo para outras entidades e instituições.

O co-fundador da WebSummit, Paddy Cosgrave, admite convidar Rui Pinto para a cimeira tecnológica do próximo ano em Lisboa. Um ano após a conferência em que a estrela foi o analista de sistemas Edward Snowden, a possibilidade do português Rui Pinto ser um dos oradores não foi concretizada este ano, mas o homem forte da Web Summit admite isso pode acontecer já em 2021.

Sobre a edição deste ano, Paddy não abre o jogo. "Podemos tê-lo convidado. Podemos não tê-lo convidado. Não sei a resposta a essa pergunta", responde o irlandês. Cosgrave separa as águas em relação ao norte-americano, mesmo se possam navegar nas mesmas ondas.

"Não há razão para que ele não fale nos próximos anos. Snowden é uma espécie de superestrela global. Acho que Rui Pinto é o Edward Snowden português. E talvez a sua história possa ser do interesse dos participantes de todo o mundo. E ele poderia ser um orador muito interessante em 2021", admite Paddy Cosgrave, entrevistado pela Renascença em Lisboa.

O co-fundador da Web Summit garante que a escolha dos oradores obedece a critérios de pluralismo. Questionado sobre escolhas recorrentes nas várias edições, Paddy assegura que há 100 nomes repetidos mas cerca de 700 oradores a estrear.

"Nós não somos uma agência. Oferecemos às pessoas uma plataforma com os diferentes lados onde, de certa forma como um parlamento, não restringimos quem fala. Permitimos todas as vozes e o que elas fazem com a plataforma depende muito desses indivíduos e até essas instituições ou agências, sejam António Guterres, Al Gore ou Tristan Harris. Somos uma plataforma e fazemos o nosso melhor para destacar questões que consideramos importantes. Mas não pretendemos ser algum tipo de agência que pode mudar o mundo. Podemos dar voz às pessoas. Somos uma plataforma de média, igual a outras em todo o mundo", afirma.

A Web summit de 2020 realiza-se de 2 a 4 de dezembro de forma virtual.

A organização espera chegar a 120 mil participantes pela internet e assegura que é possível estabelecer um conjunto de contactos informais entre os portadores de bilhete através das suas plataformas.