O economista e ex-candidato à Câmara do Porto Álvaro Santos Almeida, nas Finanças, e o ex-ministro Silva Peneda são dois dos nomes do Conselho Estratégico de Rui Rio, uma espécie de “governo sombra” que o líder do PSD pretende criar. Os nomes desta estrutura, no entanto, ainda não devem ser divulgados na reunião desta terça-feira do Conselho Nacional do PSD, que vai decorrer no Porto.

Esta reunião – a primeira do principal órgão entre congressos na liderança de Rui Rio – tem como primeiro ponto da agenda a eleição do secretário-geral do partido. José Silvano, o nome escolhido depois da demissão de Feliciano Barreiras Duarte, não deve ter problemas em ser aprovado, segundo disseram à renascença vários conselheiros do partido.

O segundo e último ponto da agenda é a análise da situação política. E aí deve ser discutida a forma como o PSD faz ou deve fazer oposição. Ora, um dos instrumentos de Rui rio para fazer oposição é o Conselho Estratégico, que será dirigido por David Justino, o ex-ministro da Educação que também foi o redator da moção de estratégica com que Rio foi eleito.

Este Conselho Estratégico, que deve começar a preparar o programa eleitoral do PSD, terá uma dupla para cada área: um coordenador, que será alguém mais da “velha guarda” e um porta-voz, tarefa entregue a alguém mais novo, como explicou à Renascença uma fonte da direção. Por exemplo, para a Solidariedade, o coordenador será Silva Peneda, que também já foi presidente do Conselho Económico e Social, e o porta-voz será António Tavares, provedor da Misericórdia do Porto e grande apoiante de Rui Rio, mas menos conhecido nas lideres políticas. Na defesa, contudo, os dois nomes são da “velha guarda”: Ângelo Correia já confirmou que será o coordenador e Correia de Jesus o porta-voz.

Entre os nomes já apurados pela Renascença está o de Joaquim Sarmento, professor no Instituto Superior de Economia e Gestão, que deve ficar com a área da Economia. A Saúde fica à responsabilidade do também ex-ministro Luís Filipe Pereira e outro ex-ministro – Arlindo Cunha – fica com a Agricultura. A administração Interna será entregue ao deputado José Matos Correia e a Reforma do Estado e Descentralização fica a cargo de Álvaro Amaro, presidente dos autarcas sociais-democratas.

Os nomes do Conselho Estratégico, no entanto, ainda não devem ser apresentados na reunião do Conselho Nacional desta terça-feira, apesar de estar praticamente pronto. Fonte próxima de Rui Rio disse à Renascença que não será apresentado, mas dois dirigentes garantem que já tem luz verde, pelo que poderá ser apenas uma estratégia de comunicação decidir o timing dessa apresentação.

Na reunião desta noite será, certamente, discutido o conceito, tal como será discutida a forma como o PSD está ou não a fazer oposição e como deve fazer. A oposição interna estará presente, pelo menos através de Hugo Soares, o ex-líder parlamentar, já que Luís Montenegro não irá.