Incêndios. Continuam as acusações entre Governo e autarca de Mação
24-07-2019 - 07:33
 • Renascença com Lusa

Mais de 9.500 hectares arderam em Vila de Rei e Mação. É aproximadamente a área de Lisboa.

O Governo e o presidente da Câmara de Mação continuam a trocar acusações. O ministro da Administração Interna (MAI) classifica o autarca Vasco Estrela de “comentador televisivo”.

Eduardo Cabrita respondeu a Vasco Estrela, que criticou a falta de apoio às populações durante o combate às chamas dos últimos dias.

Em entrevista à RTP, durante a noite de terça-feira, o ministro classificou o autarca de Mação como comentador televisivo e acusa-o de não ter ativado o plano de emergência municipal. Disse que “optou por não promover a ativação do plano municipal de emergência, não dar qualquer cooperação o esforço de proteção civil e ser verdadeiramente um comentador televisivo”, criticou.

O presidente da Câmara de Mação disse à Renascença que "não é por falta do plano de emergência que as pessoas não foram acolhidas”.

Para Vasco Estrela trata-se de um “formalismo” que “não tem grande relevância no combate ao incêndio” e "no apoio à população".

Declarações de Costa "não foram corretas

O vice-presidente da Câmara de Mação disse à agência Lusa que as declarações do primeiro-ministro sobre a responsabilidade dos autarcas pela proteção civil "não foram corretas" e garantiu esperar que a leitura feita dessas palavras seja corrigida.

"Essas intervenções do senhor primeiro-ministro, naquele momento em específico e da forma como foram feitas, não foram corretas, digamos assim. No entanto, eu acho que o senhor primeiro-ministro é uma pessoa com quem eu partilho inteiramente aquele que é o pensamento de fundo sobre a floresta portuguesa que, na prática, é tudo aquilo que eu tenho vindo a dizer nos últimos anos, desde 2006", disse o vice-presidente da Câmara Municipal de Mação, António Louro.

O primeiro-ministro sublinhou na segunda-feira que os autarcas são os "primeiros responsáveis pela proteção civil em cada concelho", ao responder a críticas como a do vice-presidente da Câmara de Vila de Rei sobre a prevenção dos incêndios.

O EFFIS, do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia, que apresenta as áreas ardidas cartografadas em imagens de satélite, indica que o incêndio que deflagrou no sábado em Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, e que se propagou ao concelho de Mação, já em Santarém, consumiu 9.631 hectares, aproximadamente a área da cidade de Lisboa.