UEFA, CONMEBOL e ligas europeias contra Mundial de dois em dois anos
09-09-2021 - 15:54
 • Renascença

Ideia foi apresentada pela FIFA, organizadora do torneio, mas não tem sido bem recebida. Presidente da UEFA pondera boicote e diz que o projeto "vai contra os princípios do futebol".

A UEFA, confederação europeia de futebol, e a CONMEBOL, confederação sul-americana, estão preparadas para boicotar o Campeonato do Mundo de dois em dois anos, uma ideia proposta pela FIFA.

Em entrevista ao The Times, Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, deixa críticas à FIFA e diz que um Mundial a cada dois anos iria matar o futebol.

"Nós podemos decidir não jogar nesses Mundiais. Tanto quanto sei, os sul-americanos pensam o mesmo, por isso, boa sorte com um Mundial assim. Acho que nunca vai acontecer, porque é contra os princípios básicos do futebol", começou por dizer.

O dirigente diz que jogar todos os verões uma prova internacional é prejudicial para os jogadores.

"Jogar todos os verões um torneio de um mês é matar os jogadores. Se for para jogar de dois em dois anos, vai coincidir com o Mundial feminino e os Jogos Olímpicos. O valor da prova está precisamente porque só se joga de quatro em quatro anos, espera-se pela prova, é um evento enorme. Não imagino as nossas federações a apoiar esta ideia", diz.

Ceferin espera que "a FIFA volte atrás". "Não é a decisão correta e não tiveram a atitude certa. Não falaram connosco, não ligaram. Simplesmente li na imprensa".

A UEFA já marcou uma organização com as suas 55 federações na próxima terça-feira.

Ligas também contra

As Ligas Europeias também já se manifestaram contra o projeto da FIFA. O Conselho de Administração do organismo, do qual faz parte Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, manifestou publicamente o voto contra o Mundial de dois em dois anos.

"As Ligas estão a trabalhar em conjunto com outras partes interessadas para impedir que os órgãos dirigentes do futebol tomem decisões unilaterais que prejudicam o futebol nacional, que é a base da nossa indústria e de extrema importância para clubes, jogadores e adeptos de toda a Europa e do mundo".