O Presidente do Equador, Lenin Moreno, declarou esta quinta-feira o estado de emergência na resposta à onda de protestos violentos contra uma reforma fiscal anunciada pelo Governo.
Em protesto contra o fim do subsídio estatal aos combustíveis, os manifestantes montaram barricadas nas ruas do país e atiraram pedras às forças de segurança.
Os novos preços inflacionados entraram em vigor esta quinta-feira. Motoristas de táxi, autocarros e camionistas bloquearam ruas na capital, Quito, e na cidade de Guayaquil, na costa do Pacífico.
Grupos indígenas, estudantes e sindicatos juntaram-se à manifestação de descontentamento, bloqueando estradas, com pedras e pneus a arder.
Em Quito, jovens com o rosto tapado enfrentaram a polícia anti-motim, que respondeu com gás lacrimogéneo para tentar dispersar aquela que já é considerada a pior onda de protestos dos últimos anos no Equador.
“É uma ação por tempo indeterminado até o Governo recuar no decreto sobre os subsídios. Estamos a paralisar a nação”, declarou um dos líderes do protesto.
O fim do subsídio estatal fez disparar os preços dos combustíveis. O gasóleo passou de 1,03 para 2,30 dólares por galão (cerca de 3,7 litros), enquanto a gasolina aumentou de 1,85 para 2,39 dólares por galão.
O Governo sustenta que o fim dos subsídios aos combustíveis é necessário para dinamizar a economia e travar o tráfico de gasóleo e gasolina.
Em conferência de imprensa, o Presidente Lenin Moreno argumentou que os subsídios em vigor nos últimos 40 anos são uma medida “perversa”, com um grande custo para o Estado, que provoca distorções na economia.
“Para garantir a segurança aos cidadãos e impedir o caos, eu decretei o estado de emergência nacional”, afirmou Lenin Moreno. A medida restringe aos direitos de movimentação da população e permite colocar os militares na rua.