​Acordo fechado ou de princípio? CDS desafia Costa a esclarecer SIRESP
06-06-2019 - 20:03

Nuno Magalhães aconselha o primeiro-ministro a ter cuidado com a resposta que vai dar.

O CDS-PP critica o primeiro-ministro pela "ligeireza" com que anunciou, com "parte da verdade", um acordo com a Altice para a compra do SIRESP e desafiou-o a dizer, "de uma vez por todas", que entendimento conseguiu.

Se não o fizer, o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, afirmou que a sua bancada enviará a António Costa uma pergunta, por escrito, para explicar que tipo de acordo conseguiu com a Altice e a Motorola para a compra de capital do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que anunciou esta quinta-feira no debate quinzenal, na Assembleia da República, em Lisboa.

Depois de Costa anunciar, em resposta a uma pergunta da líder centrista, Assunção Cristas, que havia acordo com a Altice e um "acordo genérico" com a Motorola, as duas empresas corrigiram a informação.

A Altice Portugal disse que há um "acordo de princípio" relativo aos "pressupostos da aquisição" das participações dos privados no SIRESP. A Motorola afirmou, também à Lusa, haver "um acordo genérico", que ainda está a ser negociado.

Já depois de terminar o debate quinzenal, o CDS convocou os jornalistas para criticar a forma como António Costa fez o anúncio e recordou que as duas empresas de telecomunicações "falam de um acordo para um futuro acordo, não falam de um acordo".

"Um acordo de princípio não é um acordo" e "um princípio de acordo não é um acordo", afirmou ainda.

Como, afirmou, "é altura de parar com este jogo de palavras, com esta ligeireza, a tratar de um assunto tão sério" e "de Estado", Nuno Magalhães acrescentou que o primeiro-ministro "deve uma explicação ao país".

Se o não fizer, afirmou ainda, o CDS enviará, por escrito, uma pergunta "muito simples" ao primeiro-ministro: "Há ou não acordo? Que tipo de acordo existe?"

Por fim, aconselhou António Costa a ter cuidado com a resposta que vai dar.

O SIRESP é detido em 52,1% pela PT Móveis (Altice Portugal), 33% pela Parvalorem (Estado) e 14,9% pela Motorola Solutions.

Em 2017, em junho e em outubro, foram públicas as falhas do sistema de comunicações durante o combate aos grandes incêndios de Pedrógão Grande, em junho, e na região centro do país.