O olhar e a voz das mulheres na segunda edição do festival “Artística”
05-03-2020 - 12:13
 • Rosário Silva

Está a decorrer em Évora até dia 8. Encerra com o espetáculo de Joana Amendoeira, intitulado “Amália – A alma do fado”.

Évora acolhe, pela segunda vez, o festival “Artística”, uma iniciativa da câmara municipal que apresenta propostas distintas nos domínios das artes visuais, cinema, contos, conversas, música e teatro.

Com as celebrações do Dia Internacional da Mulher à porta, o evento tem como epicentro, entre outros temas, sensibilidade feminina nas artes.

“É o mote deste festival”, refere uma nota do município, enviada à Renascença, mas também “outras questões culturais e sociais relacionadas com a mulher, enquanto criadora e produtora artística, são interrogadas e abordadas, sob várias perspetivas, como os seus direitos, por um lado, e as desigualdades de que é alvo, por outro lado.”

A organização sublinha que o festival deve ser entendido como “um encontro de formas de arte com olhar e voz femininos”, partindo do princípio “que todos os criadores, produtores de arte, ou artistas, que seguem uma sensibilidade e um senso ditos femininos, sejam mulheres ou homens, devem usufruir de total liberdade e igualdade.”

Promover e divulgar a criação e o trabalho artístico de mulheres e de expressões do feminino é, no fundamental, o objetivo deste encontro.

Quatro dias de espetáculos em diferentes locais

O programa preparado para estes dias, desenvolve-se em vários espaços da cidade património mundial: Igreja de S. Vicente, Auditório Soror Mariana, Associação “É Neste País” e, ainda, na Sociedade Harmonia Eborense (SHE).

O cinema dá o pontapé de saída, neste dia 4, com a exibição do filme “Made In Bangladesh”, de Rubaiyat Hossaino, com o apoio da SOIR Joaquim António D’Aguiar. As sessões acontecem no Auditório Soror Mariana, às 18h00 e 21h30.

A quinta-feira fica marcada por uma conversa, sob o tema “Ser Mulher na Sociedade e na Cultura”, com várias convidadas, pelas 18h00, e a leitura de poesia erótica, “E o verbo fez-se carne”, por Elisabete Piecho, com poemas recolhidos da “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica” de Natália Correia, pelas 21h30, ambas as sugestões na Igreja de São Vicente.

O teatro de marionetas sobe ao palco da SHE, no dia 6, pelas 17h00, com o espetáculo para famílias “A Árvore Cantada”, interpretado por Cátia Vieira, da Companhia Bipolar. Mais tarde, a Igreja de S. Vicente recebe um showcase da cantora marroquina Soukaina Fahsi, às 19h00, e um concerto da moçambicana Lenna Bahule, às 21h30.

No dia 7, a peça (M)arço (M)ulher SHE 2020, do Teatro do Oprimido, e da autoria de Cláudia Lazaro, é a proposta para as 11h30, na Igreja de São Vicente. Nessa manhã há também uma sessão de contos com Susana Cecílio, intitulada “É pró Menino e prá Menina”, na Associação “É neste país”.

Na tarde de sábado, a partir das 17h00, na SHE é inaugurada a instalação “Eu, Elas, Nós” da artista de artes visuais Anabela Calatroia, um trabalho que conta com a participação de associações culturais, escolas secundárias e outras instituições locais. A programação desse dia compreende, ainda, o showcase “O lado de dentro”, de Joana Ricardo e Mariana Correia, pelas 19h00, na Igreja de S. Vicente. Local onde também se realiza a atuação de Bia Ferreira, artista do Brasil, pelas 21h30. A noite termina com o concerto de Momma T, de Portugal, a partir das 23h00, na SHE.

Para encerrar, no domingo, dia 8, o Festival Artística propõe o espetáculo de Joana Amendoeira, com a designação de “Amália – A alma do fado”. Está marcado para as 21h30, na Igreja de S. Vicente, precisamente no Dia Internacional da Mulher.