“Penso em vós e rezo por vós. Gostaria de me juntar a vós neste dia triste”, escreve o Papa, numa carta dirigida aos católicos do Médio Oriente.
Francisco recorda que há um ano, o pavio do ódio se acendeu e deflagrou numa espiral de violência, e considera “vergonhosa” a incapacidade da comunidade internacional e dos países mais poderosos de silenciar as armas e pôr fim à tragédia da guerra.
“O sangue escorre como as lágrimas. Não me canso de repetir que a guerra é uma derrota, que as armas não constroem o futuro, mas destroem-no, que a violência nunca traz a paz”, escreve Francisco.
Nesta Carta, o Papa agradece a este “pequeno rebanho indefeso sedento de paz” que habita na Terra Santa: “Obrigado pelo que sois, obrigado porque quereis permanecer nas vossas terras, obrigado porque sabeis rezar e amar apesar de tudo”. O Santo Padre agradece também o testemunho destes cristãos que “não se deixam engolir pelas trevas que os cercam” e, deste modo, dão “testemunho do amor e da esperança, enquanto se fala de ódio”
Ao propor o dia de oração e jejum, para o dia 7 de outubro, Francisco sublinha que estas são as melhores armas para pedir a paz, porque “são as armas do amor que mudam a história e derrotam o único e verdadeiro inimigo: o espírito do mal e o pai da mentira que fomenta a guerra”.
“Estou convosco” é a expressão que Francisco repete cinco vezes, manifestando proximidade aos forçados a abandonar a casa, a escola e o trabalho, vagueando “em busca de um destino para escapar às bombas”, às mães “que choram olhando os vossos filhos mortos ou feridos”,” aos que têm medo de olhar para cima, porque chove fogo do céu”, aos que “não têm voz, porque se fala muito de planos e estratégias, mas pouco da situação concreta de quem sofre a guerra, que os poderosos obrigam outros a fazer” e a todos os “sedentos de paz e de justiça, que não cedem à lógica do mal e em nome de Jesus amam os seus inimigos e rezam por aqueles que os perseguem”.