Irlanda do Norte exclui Portugal do corredor aéreo seguro
11-09-2020 - 11:00
 • Renascença com agências

Presidente Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve não se mostra surpreendido, mas teme os efeitos. A medida entra em vigor no sábado e não abrange Açores e Madeira.

Depois do Reino Unido também a Irlanda do Norte excluiu Portugal da lista de países seguros. A partir de sábado, os viajantes terão que cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias. A exceção é feita aos Açores e à Madeira.

A medida foi anunciada ao final da tarde de quinta-feira e entra em vigor a partir das 4h00 de sábado (12 de setembro).

Portugal foi incluído na lista dos países com "corredores de viagem" com o Reino Unido há três semanas, em 20 de agosto, porém o aumento contínuo do número de casos de infeção em Portugal terá pesado na decisão de Londres, que era esperada na semana passada, quando ultrapassou o valor de 20 casos por 100 mil habitantes.

O Governo português reagiu pela voz do ministro da Economia. Pedro Siza Vieira diz que vai ser difícil Portugal manter relações com o Reino Unido, depois deste ter colocado o país na lista negra dos corredores aéreos.

Na sua opinião “não foi uma decisão correta, nem fundamentada por razões objetivas de controlo da doença”.

Marcelo Rebelo de Sousa fala numa “sensação de injustiça” e lamenta que o Algarve, em particular, tenha sido punido por esta decisão do Reino Unido.

“Um ano pior” para o Algarve

O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve considera que o ano já estava perdido para o setor e a região e que a decisão da Irlanda do Norte só veio piorar a situação.

“É obvio que com decisões quer do Reino Unido e de outros países relativamente à imposição de restrições a todas as pessoas que regressam de Portugal, e mais concretamente do Algarve, acaba por fazer com que o ano seja pior e comprometer as expectativas que tínhamos de, sobretudo nos últimos dois meses da época turística, realizar algumas receitas que ajudassem a esbater os elevados prejuízos que tivemos nos meses anteriores”, afirma à Renascença.

Elidérico Viegas não se mostra, contudo, surpreendido, pois vê a medida como parte de uma estratégica já tomada no passado “e que acompanha no essencial as decisões que o Reino Unido também toma sobre esta matéria”.

Portugal fica de fora dos corredores aéreos de todo o Reino Unido a partir das quatro horas da madrugada de sábado. Os passageiros vindos de Portugal terão de cumprir uma quarentena de 14 dias.

A situação epidemiológica de Covid-19 em Portugal agravou-se desde meados de agosto, de acordo com um estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), tendo sido registadas 3.909 novas infeções entre 17 e 30 de agosto.